Alepa debate justiça reprodutiva e economia criativa na COP30

Crédito: Raquel Sanches

Durante a programação na quinta-feira (20) na COP30, o estande da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) sediou a palestra "Corpos-territórios que gestam: justiça reprodutiva e alimentar na Amazônia". O evento, conduzido pela ativista Heidiane Moreno, do Instituto Elas Resistem (Instrelas), e pelo defensor público Carlos Eduardo Barros, fomentou um debate crítico sobre os vínculos entre corpo, território, gênero e meio ambiente. A discussão enfatizou a necessidade de reconhecer os corpos das mulheres amazônidas — especialmente indígenas, ribeirinhas e periféricas — como territórios de resistência diante das transformações socioambientais da região.

Na ocasião, foram apresentadas denúncias sobre a precariedade do sistema de saúde pública em Marabá, as quais integram um dossiê com pedido de investigação internacional. O painel abordou a urgência do combate à violência obstétrica e ao racismo institucional, propondo a criação de protocolos que assegurem o parto humanizado e a igualdade no tratamento. Sob a ótica da Defensoria Pública, ressaltou-se o dever das instituições de justiça em compreender as especificidades culturais e territoriais locais para garantir direitos reprodutivos e proteger as populações vulneráveis.

A atividade, mediada pela jornalista Haynna Hálex, integrou as ações da Alepa voltadas ao fortalecimento das pautas de sustentabilidade, diversidade e inclusão social. O encontro permitiu a interação do público e reafirmou o compromisso do parlamento paraense em promover espaços de escuta que valorizem o protagonismo feminino. A premissa central do debate estabeleceu que o futuro sustentável da região depende de uma abordagem interseccional que unifique justiça ambiental, reprodutiva e alimentar. 

Encerrando a programação do dia, ocorreu o painel "Juventude, Economia Criativa e Cultura", apresentado por Patrick Luan e Eline Lima, do município de Capitão Poço. A mesa explorou o conceito de "Dimensão Geek", vertente da economia criativa que engloba cultura pop, jogos, quadrinhos, ciência e tecnologia. A apresentação demonstrou, por meio de exemplos práticos, como a inovação pode aliar-se à geração de renda e ao reaproveitamento de materiais descartáveis, evidenciando o impacto da sustentabilidade na produção cultural.

O encerramento das atividades contou com a participação do deputado estadual Dr. Wanderlan, que reiterou a importância de aproximar o Poder Legislativo da comunidade. A iniciativa reforçou o objetivo da Alepa de manter um canal aberto para diálogos que fortaleçam tanto as políticas públicas voltadas aos povos da floresta quanto as iniciativas empreendedoras da juventude paraense.

Fonte: Alepa