Em conversa com forças-tarefas contra os incêndios na Amazônia, Pantanal e interior de SP, presidente ouviu que não há identificação de incêndios originados por causa naturais. PF abre 31 investigações
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na tarde deste domingo (25/8) que não há, até agora, nenhum incêndio detectado por causas naturais. "Significa que tem gente colocando fogo de maneira ilegal, na Amazônia, no Pantanal e sobretudo no estado de São Paulo, uma vez que todos os estados do país ja estão avisados e proibiram uso de fogo de manejo", afirmou o presidente, em postagem em rede social.
A declaração foi publicada após reunião no Prevfogo – a central de monitoramento do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – na sede do Ibama, em Brasília. Lula se reuniu no local com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e outras autoridades de ministérios e demais órgãos públicos que atuam no combate aos incêndios.
Lula lembrou que o Governo Federal mobiliza cerca de 3 mil brigadistas em todo o Brasil para combater os focos de fogo. "A Polícia Federal vai investigar e o governo vai trabalhar com os estados no combate aos incêndios", disse Lula.
O presidente pretende participar da reunião semanal que ocorre na Casa Civil, com a participação de mais de 20 ministérios, sobre os incêndios. Os governadores dos estados atingidos serão convidados. “A Polícia Federal vai investigar e o governo vai trabalhar com os estados no combate aos incêndios”, disse, por meio da rede social X (ex-Twitter).
A ministra Marina Silva reforçou durante a reunião que a PF atuará na apuração de responsabilidades pelos incêndios que devastam o país nesta temporada. Na Amazônia, no Pantanal, em São Paulo. Outros focos já foram contidos em outras regiões, como no Distrito Federal em em Minas Gerais.
Marina classificou a situação dos focos de incêndio em São Paulo como "atípica". De acordo com o governo do Estado de São Paulo, 21 cidades enfrentam focos ativos de incêndio neste domingo. Ao todo, 46 municípios estão em alerta máximo para queimadas. “Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias você tenha tantas frentes de incêndio envolvendo, concomitantemente, vários municípios”, disse Marina.
“É preciso parar de atear fogo, porque mesmo colocando tudo o que está à disposição dos governos estaduais, municipais, dos esforços privados e do Governo Federal, se não parar de colocar fogo num período em que há temperatura alta, baixa umidade relativa do ar e ventos que vão até 70 km por hora, não há como conter o fogo”, enfatizou a ministra.
As populações de Brasília, Goiânia e Belo Horizonte acordaram hoje com nuvens de fumaça escurecendo a paisagem. Em São Paulo, além da gravidade da poluição causada pelos incêndios para quem mora nas cidades do interior, o ar "sujo" já é sentido por moradores da Região Metropolitana da capital. Na região, felizmente, a ocorrência de chuva, ventos e frio desde a tarde de ontem (24/8) ameniza situação. O frio passa a ser uma nova preocupação.
Diversos agentes de órgão públicos compõem as forças-tarefas para combater incêndios e investigar as origens de queimadas em diversas regiões do país. No plano federal, o engajamento envolve Casa Civil, na coordenação das ações e demandas, ministérios da Defesa (com comando sobre as Forças Armadas), da Justiça (PF e Polícia Rodoviária Federal), Integração Regional e Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre outros órgãos, além do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Ibama, ICMBio, Funai).
“Cada um tem uma função específica nesse processo para apagar o fogo”, declarou Marina, segundo o site Metrópole. A Polícia Federal informou durante a reunião que há 31 processos de investigação de ações criminosas em todo o país. Dois deles em São Paulo.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou que há dois inquéritos para apurar se os incêndios em São Paulo são criminosos. "Mobilizamos as nossas 15 delegacias espalhadas no interior e a nossa superintendência regional, coordenados pela diretoria de Amazônia e Meio Ambiente em Brasília, para que a gente possa identificar a questão que envolve essas queimadas no estado”, explicou. A Polícia Federal também investiga as causas dos incêndios na Amazônia e no Pantanal.
Leia também• Lula determina envio de aeronaves das Forças Armadas para combater incêndios em SP• Confira orientações do Ministério da Saúde para evitar exposição a fumaça e neblina• Confira íntegra do Pacto pela Transformação Ecológica• Política Nacional de Manejo do Fogo será um marco para o meio ambiente
PREVENÇÃO — Desde o ano passado, o Governo Federal trabalha na prevenção de incêndios no país. “Se não tivéssemos nos preparado desde 2023 para fazer esse enfrentamento, nós estaríamos numa situação muito difícil. Se não tivéssemos reduzido o desmatamento em 50% no ano passado na Amazônia e em 45% neste ano, estaria uma situação incomparavelmente difícil”, pontuou a ministra.
EQUIPAMENTOS — A partir da demanda do governo do estado de São Paulo à Defesa Civil Nacional, o Governo Federal mobilizou apoio para combate e monitoramento de áreas atingidas. Estão sendo utilizadas duas aeronaves Pantera, uma aeronave Cougar, uma Super Cougar, uma SH-16 e um KC-390, com sistema para lançamento de água. Além disso, há sete caminhões-pipa, 21 viaturas (caminhões, ônibus, viaturas-socorro, etc) e uma equipe com equipamentos de engenharia. Ao todo, 424 militares atuam na região.
Fonte: Agência Gov, com informações do Planalto
Kommentarer