Primeiro debate do segundo turno entre candidatos à Presidência ocorre neste domingo (16), a partir das 20h. Em São Paulo, Tarcísio de Freitas continua se recusando a participar
Por Redação RBA - A Rede Band de TV realiza neste domingo (16), às 20h, o primeiro debate do segundo turno reunindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). O debate será transmitido por um pool formado pelas emissoras e afiliadas da rede, além de TV Cultura (de São Paulo), o portal UOL e o jornal Folha de S. Paulo, com apoio de Google e Youtube. As regras para o embate foram definidas na última terça-feira (11), em reunião entre representantes dos candidatos e a direção da Band. Por sorteio, ficou definido que Lula ficará do lado esquerdo do cenário e Bolsonaro, à direita. A campanha de Lula espera uma atitude agressiva do adversário, com ataques “abaixo da linha da cintura”, xingamentos e as conhecidas expressões de ódio por parte do atual chefe de governo. Mesmo assim, segundo a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, a coordenação de campanha do candidato da coligação Brasil da Esperança estaria confiante no resultado final favorável a Lula
Os motivos seriam dois: primeiro, Bolsonaro estará sem os “aliados” dos debates do primeiro turno, especialmente Felipe d’Avila (Novo) e o “padre” Kelmon (PTB). Este último esteve no último debate antes das votações (na Globo) em escancarada dobradinha com o presidente, apenas para atacar Lula. O segundo motivo é o fato de que – diferentemente do confronto do primeiro turno – Lula não será alvo de todos os outros candidatos. Assim, Lula se prepara para se manter em um equilíbrio no qual nem pareça apático ante os ataques de Bolsonaro, nem exagere no tom.
Semana de absurdos
Até a sexta-feira (14), a segunda semana após o primeiro turno foi marcada por uma sucessão de absurdos, provocações e desrespeitos por parte de Bolsonaro e seus seguidores. Destaque para as participações do presidente em eventos da tradição católica brasileira. Domingo (9), ele usou uma embarcação da Marinha para participar de uma das procissões do Círio de Nazará, em Belém. Já na quarta (12), sua presença na Basílica de Aparecida, em São Paulo, no dia da chamada Padroeira do Brasil promoveu confusões, tumultos e até bebedeiras. O candidato foi duramente criticado no meio cristão por seu oportunismo eleitoreiro. Seus seguidores provocaram baderna e foram classificados como hereges por fiéis e prelados.
Além disso, em um episódio obscuro, a ex-ministra Damares Alves, recém eleita senadora pelo Distrito Federal (Republicanos) inventou mentiras consideradas criminosas sobre sequestro e abuso sexual de crianças. Ela, que também é pastora evangélica, fazia uma pregação a um auditório lotado de fiéis, em Goiânia. Confrontada, disse apresentou documentos que não comprovam as denúncias que fez. Mas suas falas foram largamente disseminadas pelas redes sociais bolsonaristas.
Em mais uma tentativa de à campanha de Lula à Presidência, merece nota a fake news criada a partir da passagem do ex-presidente pelo Complexo do Alemão, no Rio também na quarta-feira. Por usar o boné que recebeu de representantes da comunidade com a sigla “CPX”, de “Complexo” nome como os moradores se referem às comunidades de favelas na capital fluminense, Lula foi acusado de pactuar com facções criminosas. Além de mentirosa, as postagens sobre o assunto também revelaram o preconceito contra o povo pobre por parte dos apoiadores do presidente.
Em São Paulo, Tarcísio não vai a debates
Já na disputa pelo governo de São Paulo, o candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu não participar de três debates neste segundo turno das eleições em que concorre com Fernando Haddad (PT) ao Palácio dos Bandeirantes.
O candidato de Bolsonaro vai faltar no debate de um pool de veículos nesta sexta. Em vez do confronto de ideias, CNN Brasil, SBT, Estadão/Eldorado, Veja, Terra e NovaBrasilFM vão sabatinar Haddad, a partir das 22h30. Tarcísio também não vai ao programa Roda Viva da TV Cultura, na segunda-feira (17), nem na TV Record, dia 22. Sem o bolsonarista, a Cultura promoverá o Roda Viva Especial Eleições, também apenas com Haddad. A Record ainda não anunciou qualquer evento para suprir a ausência do candidato do Republicanos.
Até o momento, é prevista a participação de Tarcísio de Freitas somente no último debate antes do segundo turno, na TV Globo, em 27 de outubro.
“É medo? Desespero? Covardia?”
O deputado estadual Emídio de Souza (PT) – coordenador da campanha de Haddad – ironizou a fuga do adversário dos eventos. “É medo? Desespero? Covardia? Em menos de 24 horas, o pau mandado do Bolsonaro fugiu de três debates”, escreveu Emidio no Twitter. “Continua atordoado pela derrota do debate da Band ou desligaram o seu Waze e está perdido, Tarcísio?”, acrescentou.
Ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas virou meme nas redes sociais por não saber responder, em uma entrevista, o local em que vota, em São José dos Campos. Ele nasceu no Rio de Janeiro e nunca morou em qualquer cidade de São Paulo. Antes de transferir seu domicílio eleitoral para o maior estado da federação, residia em Brasília.
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