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OAB e defensores da democracia rejeitam nota intimidatória das FFAAs

“Descabida é toda tentativa de intimidar o Senado por estar cumprindo seu papel constitucional”, afirmou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz

Fernando Moraes O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, parlamentares, lideranças políticas e defensores da democracia reagiram a uma nota na qual o ministro da Defesa e os comandantes das Forças Armadas atacaram o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), após ele lamentar o envolvimento de militares, da ativa e da reserva, nos escândalos de corrupção que a comissão parlamentar de inquérito tem trazido à tona.

Felipe Santa Cruz lembrou que a CPI tem a missão de fiscalizar todos que compõem a administração pública, o que, evidentemente, inclui membros das Forças Armadas. “É o respeito à Constituição que garante estabilidade, democracia e liberdade. O Legislativo, por meio da CPI, cumpre função de fiscalizar a administração pública – todos que a compõem. Descabida é toda tentativa de intimidar o Senado por estar cumprindo seu papel constitucional”, afirmou o presidente da OAB nacional. O senador Rogério Carvalho (PT-SE), membro da CPI da Covid, classificou como “inoportuna e inadequada” a nota dos militares. “O papel das Forças Armadas é da defesa da sociedade e das instituições democráticas desse país. O Senado é uma dessas instituições”, lembrou o parlamentar, em pronunciamento, na noite de quarta-feira (8), no Plenário do Senado (assista abaixo).

Leia a nota oficial do PT sobre o episódio: Comandantes militares não podem intimidar investigação do Senado

O líder do PT na Câmara, Bohn Gass (PT-RS), por sua vez, lamentou que, em vez de apurar as denúncias, os comandantes decidiram atacar o denunciante. “As Forças Armadas cometeram o mesmo erro de Bolsonaro no caso da vacina superfaturada. Diante da denúncia de que há partes podres na corporação, passaram a atacar o denunciante e emudeceram sobre a denúncia”, observou. Já o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que a reação do comando militar foi “desproporcional e abusiva”, e lembrou que ninguém está acima da lei.

Entenda

Na sessão da CPI da Covid de quarta-feira, Omar Aziz lamentou o fato de muitos militares estarem envolvidos nos escândalos de corrupção envolvendo a compra de vacinas pelo governo federal. “As Forças Armadas, os bons das Forças Armadas, devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”, disse o senador.

Aparentemente incomodados com o fato de um senador ter expresso o que os fatos deixam evidente, o ministro Walter Braga Netto e os comandantes Almir Garnier Santos (Marinha), Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica) emitiram nota na qual dizem que Aziz “desrespeitou” as Forças Armadas e classificam a fala do senador como “vil” e “irresponsável”. Por fim, afirmam que “não aceitarão qualquer ataque leviano” às instituições militares.

Omar Aziz respondeu dizendo que havia uma tentativa de intimidá-lo e distorcer sua fala. “Estão tentando distorcer minha fala e me intimidar. Não aceitarei! Não ataquei os militares brasileiros. Disse que a parte boa do Exército deve estar envergonhada com a pequena banda podre que mancha a história das forças armadas”, ressaltou.


Fonte: Agência PT

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