Carta de 20 governadores, de 11 partidos, divulgada nesta quarta-feira (17) responde ao presidente Jair Bolsonaro por ultrapassar os “limites institucionais”. O documento do Fórum Nacional de Governadores, assinado pela maioria dos 27 mandatários, critica a conduta de Bolsonaro por hostilizar o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e por tentar impor uma política tributária sem respeitar o pacto federativo.
“Recentes declarações do presidente da República Jair Bolsonaro confrontando Governadores, ora envolvendo a necessidade de reforma tributária, sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando Governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados, ora se antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus Governadores, não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”, diz a carta, que é assinada por:
Belivaldo Chagas, Sergipe (PSD); Camilo Santana, Ceará (PT); Eduardo Leite, Rio Grande do Sul (PSDB); Fátima Bezerra, Rio Grande do Norte (PT); Flávio Dino, Maranhão (PCdoB); Gladson Cameli, Acre (Progressistas); Helder Barbalho, Pará (MDB); Ibaneis Rocha, Distrito Federal (MDB); João Azevêdo, Paraíba (Cidadania-PB); João Doria, São Paulo (PSDB); Paulo Câmara, Pernambuco (PSB); Reinaldo Azambuja, Mato Grosso do Sul (PSDB); Renan Filho, Alagoas (MDB); Renato Casagrande, Espírito Santo (PSB); Romeu Zema, Minas Gerais (Novo); Rui Costa, Bahia (PT); Waldez Góes, Amapá (PDT); Wellington Dias, Piauí (PT); Wilson Lima, Amazonas (PSC); Wilson Witzel, Rio de Janeiro (PSC-RJ).
A manifestação rebate ataques de Bolsonaro a Rui Costa, devido à ação policial que resultou na morte de Adriano da Nóbrega. O presidente atacou o governador baiano e culpou a polícia daquele estado pela morte do ex-policial de elite, investigado por relações com a milícia no Rio de Janeiro e próximo da família Bolsonaro. “Quem é o responsável pela morte do capitão Adriano? PM da Bahia, do PT”, afirmou Bolsonaro, em evento no sábado (15).
Citando haver necessidade de “equilíbrio, sensatez e diálogo“, os chefes de Executivos estaduais convidam Bolsonaro para a reunião do Fórum Nacional de Governadores marcada para 14 de abril.