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ONU-HABITAT defende inovação para garantir desenvolvimento sustentável das cidades


Premiê de Fiji, Josai Vorege Bainimarama (centro), é cumprimentado pela diretora-executiva do ONU-HABITAT, Maimunah Mohd Sharif (esquerda), e pela presidente da Assembleia, Martha Delgado, ao chegar ao evento em Nairóbi, no Quênia. Foto: ONU-HABITAT

A batalha para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030 ocorrerá nas cidades. Assim, elas precisam de inovação “disruptiva” de forma a garantir “impacto nas comunidades e que ninguém seja deixado para trás”.

A declaração foi feita na quarta-feira (29) pela chefe do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), Maimunah Mohd Sharif, durante Assembleia do organismo da ONU realizada em Nairóbi, no Quênia, esta semana.

Segundo Maimunah, a inovação — definida como “novos conhecimentos e soluções para melhorar as condições de vida de todas as cidades e comunidades” — é tema central do evento porque as cidades impulsionam as economias nacionais ao criar prosperidade, desenvolvimento social e emprego, mas também podem ser local de pobreza, exclusão e degradação ambiental.

Portanto, ela disse que as cidades “terão que continuar a impulsionar a inovação de maneira disruptiva”, para o benefício de todos, conforme previsto na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, firmada pela comunidade internacional em 2015 para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir paz e prosperidade para todos.

Foto da ONU / Kibae Park Vista da cidade de Dhaka, Bangladesh. (Arquivo)

Soluções inovadoras e inteligentes são parte das razões pelas quais cidades e regiões prosperam, acrescentou ela. A chefe do ONU-HABITAT pediu ainda que os delegados da assembleia considerem maneiras de promover tecnologias urbanas que possam lidar com os grandes sistemas nas cidades — como água, transporte e energia limpa — para melhorar a qualidade de vida de todos os cidadãos.

Ela também pediu que os países criem um ambiente que encoraje soluções inovadoras para a pobreza; e para utilizar melhor o conhecimento para servir as comunidades.

Segundo Maimunah, o ONU-HABITAT planeja se tornar um centro de excelência e inovação que “estabeleça o discurso e a agenda global para o desenvolvimento urbano sustentável”, que gere “conhecimento inovador, especializado e de ponta”.

Como exemplo da vontade do ONU-HABITAT de se engajar com as mais recentes inovações para enfrentar os atuais desafios das cidades, como mudança climática e crescente desigualdade social, o programa promoveu a primeira mesa-redonda sobre cidades flutuantes sustentáveis, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque em abril.

Elogiando o trabalho do ONU-HABITAT, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse que as cidades não podem mais ser construídas da forma como foram Nairóbi e Nova Iorque. Para ela, as novas cidades precisam ser “construídas para as pessoas, e não para os carros“.

“Precisamos construir cidades sabendo que elas estarão na linha de frente dos riscos relacionados ao clima — da elevação dos oceanos às tempestades. As cidades flutuantes podem ser parte de nosso novo arsenal de ferramentas.”

Painel com chefes de Estado e de governo

Um painel de alto nível com chefes de Estado e de governo de Quênia, Sudão do Sul, Fiji e Iêmen discutiu urbanização, envolvimento do setor privado e parcerias diante de uma plateia lotada na primeira Assembleia do Programa das Nações Unidas para

Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), realizada em Nairóbi esta semana.

O diálogo estratégico teve a participação dos presidentes queniano, Uhuru Kenyatta, do Sudão do Sul, Salva Kiir, dos primeiros-ministros de Fiji, Josai Vorege Bainimarama, do Iêmen, Maeen Abdulmalik Saeed, assim como da diretora-executiva do ONU-HABITAT, Maimunah Mohd Sharif, e da presidente da Assembleia, Martha Delgado.

O painel também teve como foco o tema do evento — “Inovação para qualidade de vida nas cidades e comunidades”. O presidente queniano pediu que todos “reconheçam a importância da agenda urbana, para sermos capazes de criar comunidades sustentáveis para nossos filhos e netos, e reconhecer que não podemos fazer isso sozinhos”.

Ele lembrou os desafios de desenvolvimento no Quênia e em outros países, pediu soluções inovadoras e criativas, incluindo por meio de parcerias público-privadas que tragam benefícios para todos.

O presidente sul-sudanês disse que os contínuos desafios enfrentados pelas cidades e áreas urbanas de seu país, incluindo falta de infraestrutura, desemprego e insegurança, são todos gargalos no desenvolvimento nacional. Ele disse que os esforços para combater esses desafios devem incluir intervenções para criar empregos e oportunidades de geração de renda para os cidadãos.

O primeiro-ministro iemenita disse que a guerra em seu país criou uma “enorme transformação demográfica” nos municípios e cidades, enquanto residentes fogem das áreas de conflito.

“Quando se refere a planejamento urbano e de moradia, precisamos de centenas de milhares de unidades em algumas áreas. Então, estamos nos esforçando e confiando no setor privado para produzir essas unidades”, disse.

O premiê de Fiji pediu ações globais para enfrentar o que chamou de “escala sem precedentes de ameaças” da mudança climática. “Estamos inovando a cada dia para proteger nossa população da crise, porque será uma catástrofe mundial”, disse.

A diretora-executiva do ONU-HABITAT disse que as cidades precisam continuar a impulsionar a inovação para ter impacto nas comunidades e garantir que ninguém seja deixado para trás.

A presidente da Assembleia do ONU-HABITAT, que foi eleita com unanimidade na segunda-feira (28), pediu que a agenda global seja levada para mais perto dos cidadãos. “A experiência mostra que muito da criatividade e da inovação ocorre no nível local, nas experiências e encontros cotidianos”, declarou.

Fonte: ONU

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