top of page
Buscar

Mídia internacional destaca amadorismo e dados falsos


Foto - (Crédito: EBC

O discurso do presidente brasileiro Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial (WEF, sigla em inglês) “não vai entrar para os anais do evento” realizado anualmente em Davos, na Suíça, afirma o jornal francês Le Monde.

Em reportagem ácida sobre a manifestação do “ex-capitão” no Fórum — reunião de dirigentes de países, grandes investidores e analistas econômicos—, Le Monde destaca que ele “limitou-se a fazer o mínimo: uma apresentação enrolada em menos de 15 minutos [foram apenas sete minutos e meio, na verdade] , ainda que pontuada pelo convite a que se “descubra” o Brasil, suas praias e sua Floresta Amazônica…”

Imagem de amador

O jornal francês chamou a atenção para o “tom marcial” usado por Bolsonaro para “sobrevoar” os temas de que tratou em seu discurso.

Diante de uma plateia atenta aos temas ambientais — o WEF 2019 terá diversos painéis sobre aquecimento global — o presidente do Brasil usou uma saída que Le Monde ironizou como climatocéptica, destacando o bordão vazio usado por ele para tratar do assunto: “Nó somos o país que mais preserva o meio ambiente”.

“Debilmente aplaudido” após o discurso, prossegue o Le Monde, Bolsonaro contribuiu para reforçar a “imagem de “amadorismo do ex-militar que já confessou não entender de economia” ao responder evasivamente às perguntas do organizador do Fórum, Klaus Schwab, que queria detalhes sobre as reformas que o governante pretende implantar.

Nem o mercado gostou O diário argentino Página 12 não foi menos cruel: [Bolsonaro] “falou durante escassos seis minutos e 38 segundos. E de todas as 740 palavras lidas com a dificuldade habitual, que o impede de proferir frases de mais de meia dúzia delas sem interrupções, nenhum dessas palavras, absolutamente nenhuma, deixou de ser inócua e genérica”.

A cadeia de bordões declamados por Bolsonaro em Davos, ressalta o Página 12, teve resultados imediatos: “No Brasil, a primeira consequência da nulidade de seu discurso foi sentida no mercado financeiro: sensível queda da Bolsa de Valores, aumento do dólar e do euro”. Aparentemente, o mercado queria propostas concretas, e não uma fileira de tweeets.

Manto populista Para o jornal The New York Times, a ausência do presidente norte-americano Donald Trump permitiu ao “Trump dos Trópicos” desfilar com o “manto populista” e ocupar a ribalta direitista. O diário chamou a atenção para promessa do governante de “purgar o a política e a sociedade brasileiras da ideologia de esquerda”, ao tempo em que preocupava os críticos com a possibilidade de estimular o crescimento econômico às custas do meio ambiente no País.

O New York Times também destacou os “breves aplausos” recebidos pelo presidente brasileiro.

Escândalo ofusca estreia Já o jornal The Guardian, do Reino Unido, deu destaque para o escândalo envolvendo o filho do presidente, senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que teria “ofuscado” a estreia do pai em eventos internacionais no Fórum de Davos.

“O presidente de extrema-direita do Brasil usou sua estreia internacional para proclamar a morte da esquerda bolivariana na América do Sul, mas sua concisa e genérica apresentação no WEF foi ofuscada pelo crescente escândalo envolvendo seu filho”, narrou The Guardian.

O jornal britânico lembrou que Bolsonaro se elegeu jurando libertar o Brasil da criminalidade e da corrupção, mas que seu filho vinha sendo associado a integrantes de um esquadrão da morte chamado de Escritório do Crime.

“Um desastre” The Guardian cita, ainda, a declaração do Prêmio Nobel de Economia Robert Shiller sobre Bolsonaro: “Ele me assusta. O Brasill é um grande país e merecia alguém melhor”.

Outro membro da plateia citado pelo jornal resume a passagem de Bolsonaro por Davos:

“Um desastre. Eu queria gostar dele, mas ele não disse nada. Pra quê veio, afinal?”

Leia mais (texto original das reportagens, em inglês e francês)

Página 12 – Estreia vazia e débil

Fonnte: P´T no Senado - por Cyntia Campos

bottom of page