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Mais de 200 profissionais trabalham na montagem dos cenários do 21º Festival Amazonas de Ópera


Foto: Michael Dantas

Para montar os cenários das óperas “Faust”, “Dessana, Dessana”, “Florencia en el Amazonas”, “Acis and Galatea” e “Kawah Ijen (Vulcão azul)”, que serão apresentadas durante o 21º Festival Amazonas de Ópera (FAO), a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) conta com uma equipe de mais de 200 profissionais da Central Técnica de Produção (CTP), da equipe técnica do Teatro Amazonas e da equipe de produção do evento.

O FAO, que acontecerá de 28 de abril a 2 junho, é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da SEC, com patrocínio do Bradesco Prime – que celebra 10 anos de parceria com o Festival –, incentivo do Ministério da Cultura (Minc), por meio da Lei Rouanet; além do apoio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC) e da Aliança Francesa.

A cenografia – arte de projetar e executar a instalação de cenários para obras teatrais ou cinematográficas – é parte importante de qualquer espetáculo. A partir dela, é possível mostrar o local em que se passa uma história e revelar um pouco da personalidade dos personagens.

Cenógrafos, cenotécnicos, diretores de cena, serralheiros, pintores, construtores, costureiras, camareiras e maquinistas são alguns dos profissionais que, desde março, estão trabalhando para a montagem dos cenários do Festival.

“Faust” abrirá a edição de 2018, e, para este cenário, as referências do diretor cênico André Heller-Lopes se baseiam no filme “Drácula de Bram Stoker” (1992), de Francis Ford Coppola, e mistura um estilo neogótico do final dos anos 80 e início dos anos 90, que também pode ser percebido no figurino dos personagens da ópera.

“O interessante deste cenário, que é muito bonito e tem muitas ideias dos cenógrafos Roberto Rolrik e Renato Theobaldo, é que ele é móvel e traz estruturas que formam torres com referências à uma linha moderna e ao mesmo tempo gótica”, revela a cenógrafa Giorgia Massetani, responsável pela construção da cenografia, junto aos cenotécnicos e diretores de palco.

O cenógrafo Roberto Rolrik conta que, a partir de uma técnica chamada corte em Router, foi possível dar mais agilidade ao processo de montagem. “Todo o cenário é bem recortado pelo próprio estilo da época, trazendo os desenhos das rosáceas e dos arcos ogivais. Adaptamos esses desenhos para uma tecnologia contemporânea, realizando um processo em que utilizamos a chapa e o desenho feito no computador para ser transferido para uma máquina chamada Router. Esta faz uma infinidade de recortes, que se fossem feitos manualmente demoraria muito tempo”, afirma Rolrik.

Mais lúdico

O cenário de “Dessana, Dessana” irá conviver com o de “Faust” e, de acordo com Giorgia Massetani, serão trabalhadas a luz e a contraluz para acrescentar dramaticidade e mistério e tornar o lugar mais lúdico, resgatando a temática indígena e integrando a pintura e o estilo do artista visual Raiz Campos neste projeto.

Raiz salienta que, antes de começar a pintar o cenário de “Dessana, Dessana”, fez uma viagem para o Município de São Gabriel da Cachoeira, onde participou de uma ‘Missão de Arte’ que visava revitalizar uma área degradada.

“Neste local, pude conhecer mais de 20 etnias, inclusive a Dessana, com a qual tive uma vivência e pesquisei sobre sua cultura. Por coincidência, assim que cheguei a Manaus, fui convidado para este projeto e, para mim, é uma experiência nova e intensa poder divulgar nossa cultura no Festival”, destaca Raiz.

O cenário, segundo o diretor cênico Matheus Sabbá, traz uma Amazônia primitiva e conta a história da criação do mundo na visão do povo Dessana, na qual toda a criação das pessoas veio das pedras e das casas de iniciação.

O diretor conta que, no primeiro ato, o público vê uma cidade deteriorada, cheia de sujeira, onde tem um homem que no meio dessa confusão conta a história Dessana. A partir disso é apresentado o templo dos deuses, com paredes de pedras, mostrando a criação do mundo de uma forma mítica e etérea.

“No segundo ato, temos a chegada do povo Dessana às casas de iniciação e mostramos a árvore que simboliza a Sumaúma e representa as raízes daquele lugar, pois agora que todos estão criados, o povo começará a construir suas raízes, seus costumes e sua visão de mundo”, explica Matheus Sabbá.

Dos mitos gregos para lendas regionais – “Acis and Galatea” será uma ópera barroca, com uma temática ribeirinha. “Conversando com a diretora de cena Julianna Santos, pensamos em criar um cenário que mostra a transformação da Juta. Com o palco giratório, é possível criar uma temporalidade, mostrando todas as fases de produção da Juta”, destaca Giorgia Massetani.

A cenógrafa também explica que para este espetáculo foi feita uma transcrição dos mitos gregos para lendas regionais, como por exemplo, a ninfa semidivina Galatea simbolizada pela Mãe d’água Iara e o ciclope Polifermo como o monstro das florestas amazônicas Mapinguari.

Projeções

A ópera “Florencia en el Amazonas” vem de Bogotá e conta com direção cênica por Pedro Salazar e cenários projetados de Julián Hoyos. O espetáculo terá um cenário com projeções que remetem à Amazônia, tendo como um dos principais elementos um grande navio, no qual a personagem Florencia Grimaldi embarca em uma viagem cheia de aventuras pelo rio Amazonas para reencontrar seu grande amor Cristóbal.

Lírico e poético

“Kawah Ijen (Vulcão azul)” tem uma temática indonesiana e direção cênica por Willian Pereira. A cenógrafa Giorgia Massetani comenta que será criado um cenário limpo e que integra o estilo lírico e poético do diretor.

“Iremos recriar a textura do vulcão e sua lava, trabalhando com cores amarelas e simbolizando a extração do enxofre. Outro destaque é o instrumento da Indonésia, o Gamelão, que estará no palco do Teatro Amazonas”, finaliza Giorgia Massetani.

Sobre o Bradesco Cultura

Com mais de 350 projetos patrocinados anualmente, o Bradesco demonstra que acredita que a cultura é um agente tranesformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do País, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte.

Com apoio a eventos regionais, museus, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros. A instituição tem, ainda, uma plataforma de naming rights com o Teatro Bradesco, que conta com unidades em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Em 2018, já passaram pela Temporada Cultural do Bradesco as exposições Julio Le Parc, Mira Schendel e Hilma af Klint, o espetáculo Bibi Ferreira e o Lollapalooza Brasil.

Estão em cartaz os musicais Peter Pan e Ayrton Senna, além de diversas atrações confirmadas ao longo do ano, como os festivais de Parintins, Tiradentes, a festa junina de São João do Caruaru, o São João de Campina Grande, ArtRio, MIMO e MADE, entre outras.

Fonte: Porta da Cultura Am - por Giovanni Araújo

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