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Para economistas, PEC 241 não soluciona problemas e prejudica crescimento


Economistas das principais Universidades do país afirmam que a Proposta de Emenda Constitucional PEC 241 representa retrocesso e uma “camisa de força” para o país. A audiência pública, requerida pela presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ocorreu na manhã dessa terça-feira (11), um dia após aprovação em primeiro turno da PEC que congela gastos com áreas como saúde e educação, baseado nos índices de inflação no país.

A PEC 241 não só não soluciona os problemas que temos como pode prejudicar muito uma retomada, a estabilidade política. - Laura Carvalho, doutora economista da Universidade de São Paulo, demonstrou não haver nenhuma experiência internacional parecida ao congelar por 20 anos a possibilidade de investimentos e que a inconsistência da proposta é grave. “Nossa crise fiscal é muito mais o sintoma da crise econômica brasileira do que a causa dessa crise. Portanto, a PEC 241 não só não soluciona os problemas que temos como pode prejudicar muito uma retomada, a estabilidade política”, afirmou.

A doutora também esclareceu que a crise tem por origem falta de receitas e não abuso de gastos, como afirmado por governistas e defensores da proposta. Ela também reafirmou que é a volta do crescimento econômico que pode mudar essa realidade, e que nesse sentido a PEC poderá ter efeito contrário, engessando a economia e o investimento no país caso haja melhorias em breve.

“Negam sistematicamente que 53% dos impostos pagos no país vem classes mais humildes como os que recebem até três salários mínimos”

Já o professor da Universidade Federal Fluminense, Jessé Souza, trouxe um panorama complexo do “novo capitalismo” e denunciou as “chantagens” promovidas pelo capital financeiro por meio da mídia, da compra do parlamento e da consequente manipulação do estado por interesses estrangeiros, diferentemente de anos passados.

Segundo ele, o desmonte do estado de bem estar social é seguido de exemplos práticos de como o empresariado “não quer pagar o pato”, ou seja, impostos sobre grandes fortunas, heranças e desonerações pagas pelo Governo, sem nenhuma contrapartida das empresas, mas exige que a população mais pobre o pague e ainda defende o corte destes investimentos na saúde e educação.

“Negam sistematicamente que 53% dos impostos pagos no país vem classes mais humildes como os que recebem até três salários mínimos”, afirmou.

Laura Carvalho, da USP, respondeu ao senador Cristovam Buarque (PPS-DF) que questionou qual seria o plano para substituir a PEC. “Acabar com essas desonerações de impostos do empresariado, cobrar a sonegação fiscal monstruosa e imposto progressivo sobre grandes fortunas são aplicadas por grandes países em todo o mundo”, afirmou Carvalho.

Fonte: Agência PT - * por Jornalistas Livres

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