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Contra o vento e o campeão olímpico: Alison e Bruno estão na semifinal do vôlei de praia


Alison e Bruno comemoram a vitória sobre a dupla do campeão olímpico em Pequim 2008: holandeses na semifinal. Foto: FIVB

Alison e Bruno Schmidt já tinham um obstáculo duríssimo para remover do caminho até a semifinal olímpica do vôlei de praia. Aparentemente, enfrentar o norte-americano Phil Dalhausser, campeão olímpico em Pequim 2008, e seu parceiro Nick Lucena não era o suficiente. Minutos antes de o confronto ter início na quadra central da Arena de Vôlei de Praia nesta segunda-feira (15.08), em Copacabana, outro oponente resolveu entrar em quadra: o vento.

Quando a bola subiu, uma ventania invadiu a quadra, acrescentando um grau ainda maior de dificuldade para brasileiros e norte-americanos. No fim, melhor para Alison e Bruno, que se adaptaram mais rapidamente às condições adversas e conquistaram uma dura vitória por 2 x 1, parciais de 21/14, 12/21 e 15/9, em 49 minutos.

“As etapas do Brasil (do Circuito Mundial) têm sempre muito vento, só que aqui a situação é um pouco diferente. Do jeito que deixaram a arquibancada, aberta para o mar e grande na parte da rua, o vento está sempre vindo do mar, a arena segura e ele começa a rodar dentro da quadra. A dificuldade aumenta muito. As duplas que conseguirem utilizar essa situação em favor próprio vão ter situações melhores. Foi o que a gente tentou fazer. O vento estava mandando no jogo”, comentou Bruno Schmidt.

Além de se adaptar às condições climáticas, os brasileiros ainda tinham que se preocupar com Dalhausser do outro lado da rede. O gigante de 2,06m de altura é um ícone da modalidade e forma ao lado de Lucena uma das parcerias mais fortes do Circuito Mundial.

“O Phil revolucionou o vôlei de praia. A gente costuma dizer que existe o vôlei de praia antes e depois dele”, elogiou Bruno Schmidt, acompanhado de Alison. “É um atleta exemplar. Aprendi muito perdendo para ele. Tenho como um exemplo extremo. Um jogador que fala quando erra, quando toca no bloqueio, que gosta de jogar limpo. Isso é muito bacana. Para mim foi uma final olímpica”, disse Alison.

"Para mim foi uma final olímpica", Alison, sobre vitória contra Dalhausser e Lucena

Depois de vencer o primeiro set jogando muito bem, os brasileiros levaram um susto na segunda parcial. Dalhausser e Lucena abriram 5/0 logo no começo da parcial e não perderam mais a liderança. No tiebreak, os brasileiros retomaram o controle desde os primeiros pontos e conseguiram fechar a partida e avançar para a semifinal. Alison analisou a partida taticamente, mas creditou outro fator externo como fundamental para o resultado.

“Eles suaram muito nesse jogo. Se adaptaram, sacaram viagem, flutuante, em mim, no Bruno. Tentaram de tudo, mas nosso time teve uma coisa diferente: a torcida do nosso lado. É um caldeirão. A diferença está sendo a torcida”, destacou Alison.

Outro ponto fundamental foi aproveitar o lado que estava mais favorável para as duplas dentro de quadra, em que o vento atrapalhava menos. Foi ali que Alison e Bruno iniciaram o tiebreak e abriram 3/0 no placar.

“Quando a gente iniciou o terceiro set no lado bom, a gente sabia que tinha de tirar proveito disso. Achei muito legal nossa postura”, contou Bruno Schmidt. “Em um dos lados da quadra estava difícil passar a bola e no outro você tinha que tomar cuidado para não levantar alto demais”, explicou Lucena, citando a influência do vento na partida.

Elogios do campeão olímpico

Bastante elogiado pelos brasileiros após a partida, Phil Dalhausser retribuiu as palavras positivas na zona mista. O campeão olímpico exaltou a atuação de Alison e Bruno no confronto, lamentou tê-los encontrado tão cedo no Rio 2016 e fez uma previsão otimista para o restante da competição.

“Eu já achava que eles eram os favoritos antes dessa partida. Se eles jogarem do jeito que jogaram hoje, não vejo nenhuma dupla os vencendo”, previu o norte-americano, que também se incomodou com o vento. “Demorou um pouco para a gente se acostumar e eles lidaram bem com isso logo de cara. Eles jogaram melhor.”

Mesmo com a torcida em peso contra nas arquibancadas, Dalhausser e Lucena afirmaram ter curtido o clima na arena, dizendo que os brasileiros souberam tirar proveito do fator dentro de quadra. “A energia foi fantástica. Me diverti muito. É uma oportunidade única na vida”, declarou Lucena. “Eles mataram todos os nossos bons momentos na partida. A vantagem de jogar em casa ajuda, os times tiram energia do público”, acrescentou Dalhausser.

Holandeses na semifinal

Para assegurar a medalha olímpica e continuar na luta pelo ouro olímpico, Alison e Bruno Schmidt terão pela frente os holandeses Brouwer e Meeuwsen. O jogo está marcado para esta terça-feira (16.08), às 17h, na quadra central da Arena de Vôlei de Praia.

Os holandeses chegaram ao Rio 2016 como cabeças de chave número dois e venceram um duelo caseiro para chegar à semifinal. Brouwer e Meeuwsen derrotaram os compatriotas Nummerdor e Varenhorst por 2 x 0, parciais de 25/23 e 21/17.

A parceria da Holanda é composta por dois jogadores muito altos. Meeuwsen tem 2,07m de altura, enquanto Brouwser tem 1,98m. Em 2016, os dois participaram de oito etapas do Circuito Mundial e tiveram como melhor resultado o vice-campeonato do Grand Slam de Hamburgo, perdendo a final para os norte-americanos Lucena e Dalhausser.

Ainda assim, os europeus demonstraram confiança para a partida contra os brasileiros. “Nós vamos conquistar o ouro aqui. Já jogamos contra eles antes, mas cada partida é diferente. Temos muito respeito por eles e estamos ansiosos para enfrentá-los. Seja com vento, chuva ou sol”, afirmou Brouwer.

O Brasil ainda entra em quadra outras duas vezes em Copacabana nesta terça. O primeiro jogo do dia, às 16h, terá Larissa e Talita enfrentando as alemãs Ludwig e Walkenhorst por uma vaga na final. Mais tarde, às 23h59, Ágatha e Bárbara terão a dura missão de jogar contra as norte-americanas Walsh e Ross na outra semifinal feminina.

Fonte: brasil2016 - por Vagner Vargas

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