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Sexto lugar histórico emociona Hypolito e faz ginastas brasileiros projetarem crescimento ainda maio


Foto: RicardoBufolin/ CBG

Pela primeira vez o país disputou uma final olímpica por equipes na modalidade. Próximo objetivo é incomodar as grandes potências

Se a história da equipe masculina de ginástica artística do Brasil fosse uma daquelas que trazem uma moral no final, Diego Hypolito, veterano de três Olímpiadas, teria na ponta da língua o ensinamento ideal: “A lição é sempre não desistir. A gente sempre tem que acreditar no nosso potencial”.

À primeira vista pode parecer clichê, mas o ginasta de 30 anos sabe muito bem do que está falando. O sexto lugar na final por equipes da modalidade, conquistado nesta segunda-feira (08.08) pelo Brasil na Arena Olímpica, na Barra da Tijuca, é um resultado histórico. Para Hypolito, é também uma redenção.

hur Nory, Francisco Barretto e Diego ficou atrás apenas de potências da modalidade: Japão, Rússia, China, Grã-Bretanha e Estados Unidos, na ordem final de classificação dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Os 263.728 pontos somados pelos brasileiros serviram também para mostrar que o país pode sonhar alto. E fazer parte disso, para quem há pouco tempo nem esperava competir nas Olimpíadas, é uma alegria e tanto.

“Falavam que eu poderia atrapalhar a equipe, mas a gente conseguiu o sexto lugar. A equipe é muito boa com o Diego e sem o Diego, mas me sinto um vitorioso, não desisti em momento algum e agora meu papel aqui simplesmente é ser feliz. Vou transbordar de felicidade”, disse o ginasta, que no sábado chorou ao se classificar para a final individual do solo. Nesta segunda, Hypolito era só alegria. “Eu choro de alegria, choro de tristeza. Choro por tudo, sou emotivo”, brincou o ginasta.

Independentemente do resultado que conquistar na final individual do solo, no próximo domingo (14.08), Diego já está de alma lavada. Em Pequim-2008, ele foi mal durante a apresentação na final individual do solo. Em Londres, também. Dessa vez, garante que o prêmio já veio, e o resto é lucro. “Para mim está sendo sensacional essa Olimpíada.

Eu não tenho palavras para descrever como é estar aqui. Há pouco tempo eu não estava classificado para as Olimpíadas. Agora eu sou um atleta olímpico, na minha terceira Olimpíada, finalista por equipes, finalista no solo. Isso para mim já valeu. Ouro, prata ou bronze não é o mais importante. O mais importante é acertar e jogar a responsabilidade para os outros”, afirmou.

Toda essa experiência foi importante também para passar confiança aos parceiros Zanetti, Nory, Barretto e Sasaki. “Muitas vezes o erro faz com que a gente se abata e o acerto faz com que a gente fique muito eufórico. Durante esses anos que passaram, tentei controlar cada vez mais isso. Então eu tentei fazer o papel de incentivar. Queria que todos fizessem seu máximo. É uma equipe jovem, que tem muito a crescer”, apostou o bicampeão mundial no solo.

Futuro promissor

Os companheiros de Diego concordam que a participação brasileira na disputa por equipes permite projetar um futuro promissor. “Os cinco primeiros são potências que sempre tiveram bons resultados, dividindo pódios. Nós ficamos em sexto, mas eles sabem que se eles derem uma vacilada, a gente está na cola. O Brasil cresceu muito e está de parabéns”, elogiou Zanetti.

Atual campeão olímpico nas argolas, Zanetti fez questão de não apenas incentivar os companheiros, como também ajudá-los colocando a mão na massa. Ou melhor, no pó de magnésio, material que os ginastas usam para não escorregar a pegada. “É uma forma de deixar meus parceiros de equipe calmos, para eles não se preocuparem em passar magnésio nos aparelhos, já que eles estão ali concentrados para fazer uma boa prova. Deixa que eu ajudo nisso, a passar magnésio, levar trampolim, abrir paralela, esse é meu dever depois que acabo minha apresentação”, explicou.

Esse tipo de atitude é fundamental para inspirar os atletas mais novos e também os futuros ginastas do país, na opinião de Francisco Barretto. “Eu acho que os cinco que estão aqui têm que servir como espelho para a nova geração. Teve um investimento bom para essa Olimpíada. Agora é ir para Tóquio e, lá sim, buscar uma medalha. A gente viu aqui que tem capacidade para subir. Temos que aprender a andar, depois a gente começa a correr, e aí a gente incomoda um pouco mais”, opinou.

Aos 22 anos, Arthur Nory, o caçula da equipe, já vislumbra uma participação ainda melhor em Tóquio-2020. “Estou muito contente pelo resultado e agora é voltar a trabalhar, não vai parar por aqui. A gente vai trabalhar bastante para 2020 e continuar crescendo”, garantiu.

Resultados

Muito aplaudidos, os brasileiros fizeram a alegria da torcida na Arena Olímpica nesta segunda. Mas também houve muita festa em outras cores e outros idiomas. O Japão, impulsionado por Kohei Uchimura, somou 274,094 nas seis rotações de aparelhos e garantiu o disputado ouro. Rússia e China disputaram a prata até o final, quando os russos acabaram levando a melhor por pouco: 271.453 contra 271.122 para os chineses.

Os britânicos somaram 269.752 e ficaram com o quarto lugar, à frente dos norte-americanos, que terminaram com 268.560. Com 263.728, o Brasil superou alemães, que marcaram 261.275, e ucranianos, os oitavos com 202.078.

Mais finais

O sexto lugar histórico na Arena Olímpica serve também para aumentar a confiança dos ginastas brasileiros antes das finais individuais. Todos os cinco se classificaram.

No solo, além de Diego Hypolito, Arthur Nory vai representar o Brasil no domingo (14.08). Nory também disputará o individual geral, assim como Sérgio Sasaki, em competição marcada para quarta-feira (10.08). Arthur Zanetti defende o título olímpico nas argolas na próxima segunda-feira (15.08). Por fim, Francisco Barretto compete na final da barra fixa na terça-feira (16.08).

Fonte: brasil2016 - por Mateus Baeta – Foto: Ricardo Bufolin/ CBG

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