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Aragão, procurador e ex-ministro: falar mal dos abusos da Lava Jato é sacrilégio?


Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

Do Tijolaço - Marcelo Auler gravou e transcreveu trechos da palestra feita por Eugênio Aragão, procurador da república e ministro da Justiça por breves dias antes da interrupção do mandato de Dilma Rousseff, a alunos e professores da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, esta semana.

E as palavras são inteiras, corajosas, simples, como para nos mostrar que a instituição a que ele pertence, sem as deformações que a ela impuseram, é de enorme valor para a democracia.

Um trecho basta para que se avalie como isso é verdadeiro:

Aí vem aquela coisa de publicarem escutas que não têm sequer pertinência com o processo: Dona Marisa (mulher de Lula) falando palavrões com seu filho…Pelo amor de Deus, o que isso tem a ver? Isso é pura estratégia de desconstrução de reputação. Não tem nada… As pessoas falam, dentro das suas quatro paredes o que quiserem.

Se ela falar palavrão, é um direito dela, falar palavrão… Se ela está debochando de coxinha, ela tem o direito de debochar de coxinha. Qual é o problema, é a liberdade dela. Não, isso é colocado a público, quando a lei é muito clara: ela diz que as gravações que não dizem respeito ao processo devem ser destruídas, não divulgadas….

Mas está ali: divulgam aquilo que devia ser destruído. Isso é criminoso. Isso é para destruir reputações. Cadê o procurador-geral da República? Cadê o Supremo Tribunal Federal? Cadê os órgãos jurisdicionais se opondo a este abuso? Não, todo mundo fica paradinho. Do Moro não se pode falar mal. Se você falar mal da Lava Jato será um sacrilégio. E aí, pronto, você está sujeito a levar uma chapuletada.

O que diz este procurador da República deveria ser a voz de toda a Procuradoria. os fiscais da lei jamais deveriam se esquecer que direitos também são leis e, como tal, merecem a sua guarda.

Leia toda a reportagem e veja alguns trechos da palestra de Aragão em vídeo no Blog do Marcelo Auler.

Fonte: Tijolaço/Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

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