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Primeiro civil brasileiro a viajar ao espaço mantém rotina de treinos intensivos


Pedro Nehme, de 23 anos, acaba de voltar dos Estados Unidos, onde realizou testes em uma centrífuga. Até o fim do ano ele deve passar por outros três treinamentos.

O brasiliense Pedro Nehme será o primeiro brasileiro civil a embarcar em uma viagem espacial. A experiência inédita foi conquistada quando ele tinha apenas 21 anos de idade e venceu os 129 mil participantes do concurso promovido em 2013 pela companhia aérea KLM, da Holanda.

Hoje com 23 anos, Pedro cursa o último semestre de engenharia elétrica na Universidade de Brasília (UnB) e se prepara para embarcar para o voo suborbital na espaçonave Lynx Mark II, da empresa XCOR Space Expeditions.

A viagem deve ocorrer no final de 2015, mas o treinamento já começou. A capacitação é financiada pelo Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB) - unidade vinculada ao MInistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Quando ganhou a competição, Pedro era estagiário na AEB e hoje, como bolsista da agência, auxilia no desenvolvimento dos programas da instituição.

Rotina dedicada

O jovem acaba de voltar ao Brasil vindo do estado da Filadélfia, nos Estados Unidos, onde realizou treinos na centrífuga Phoenix do Nastar Center. Ele diz que a preparação inclui uma rotina dedicada de exercícios físicos e dieta restrita. "Não preciso apenas reduzir calorias, mas evitar alimentos que possam provocar tonturas, como café, chocolate e frutas cítricas", conta Pedro. "Especialistas da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial [SBMA] estão monitorando o meu desempenho, pois é muito valioso para esses profissionais poder estudar uma pessoa que fará uma viagem espacial sem ter o condicionamento e horas de voo de um piloto", relata.

No primeiro treino, Pedro foi auxiliado pela presidente da SBMA, a médica nefrologista Vania Melhado, e recebeu orientações técnicas para identificar os efeitos fisiológicos das acelerações e manter a consciência durante o voo espacial.

"Essas técnicas são colocadas em prática nas sessões na centrífuga. Em uma delas, por exemplo, foram reproduzidas a fase de lançamento e a reentrada do veículo espacial, incluindo o visual e o som ambiente, como se eu realmente estivesse a bordo da Lynx Mark II", descreve o jovem. "Foi muito interessante. Na centrífuga é possível simular as acelerações que eu serei submetido durante o voo", comenta.

Outros três treinamentos serão realizados ao longo do ano: um voo zeroG (para simular o ambiente de microgravidade); um espacial suborbital avançado (para estudar efeitos relacionados a hipóxia e desorientação espacial); e um em dois voos, um acrobático e outro de jato (para o condicionamento em ambiente de hipergravidade).

Na avaliação do estudante, a AEB, por meio do Programa Microgravidade, está permitindo que a experiência seja compartilhada, "transformando a experiência de um voo espacial suborbital em uma oportunidade concreta para o avanço das ciências espaciais no Brasil".

Formação

A formação de Pedro teve como pontapé inicial a realização de um curso em tecnologias espaciais, em 2011, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI). Em 2012, o jovem brasiliense também teve a oportunidade de estudar na Catholic University of America, em Washington (EUA), após ser selecionado pelo programa federal Ciência sem Fronteiras (CsF). Naquele país, ele trabalhou no Goddard Space Flight Center, programa da Agência Espacial Americana (Nasa).

Fonte: MCTI

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