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Exportadores brasileiros aproveitam oportunidades geradas pela Copa do Mundo para ampliar negócios


Empresários estrangeiros participam de reuniões, rodadas de negócios, estreitam relações e aumentam possibilidades de inserção de produtos em vários países


A Copa do Mundo chega a sua reta final, mas os negócios gerados pelo megaevento continuarão no longo prazo. Esta perspectiva pode ser comprovada pelo retorno dos empresários estrangeiros e pelos exportadores nacionais que participam das ações promovidas pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos) durante o Mundial.


A agência, que tem 700 empresas brasileiras associadas, está trazendo mais de 2,3 mil empresários estrangeiros para participarem de rodadas de negócios, visitas a fábricas e reuniões, com o atrativo extra de levar os convidados aos jogos da Copa do Mundo.


Representante da Riclan, fábrica de doces brasileira com mais de 70 anos de mercado e que produz as balas Freegells, Antonio Romualdo da Silva diz que a iniciativa possibilitará o fortalecimento da marca na África do Sul. “Trouxemos três clientes para o Maracanã, dois da Bélgica e um sul-africano. Eles visitaram a nossa fábrica, tivemos reuniões e ampliamos para eles as linhas de produtos, com novos lançamentos. Exportamos muito para esses mercados e a ação vai ajudar a fortalecer nossa marca”, elogia.


Para o importador sul-africano Harold Solomon, se a Riclan crescer, os negócios dele também aumentarão. Ele vê muitas semelhanças entre os gostos e o mercado do país que sediou a Copa do Mundo de 2010 e o do Brasil. “A oportunidade é boa, porque falo pessoalmente, não só por e-mail, fortaleço o relacionamento. Também posso entender e alinhar melhor as nossas ações. O cenário na África do Sul é parecido com o daqui, com crescimento do mercado e da população. E os gostos são parecidos. Vendemos muito a marca Freegells. No ano passado, fizemos uma promoção em uma grande rede de supermercados e vendemos dois milhões de unidades em 48 horas”, lembra.


Solomon acrescentou que a visibilidade proporcionada pelo Mundial de 2010 gerou oportunidades para o país. “A Copa foi importante, tivemos muita visibilidade, por quatro anos ficaram falando da África do Sul. Houve investimentos e muita divulgação da imagem do país, as pessoas passaram a nos conhecer”.


No Rio de Janeiro, a disputa das quartas de final entre Alemanha 1 x 0 França, no dia 4 de julho, contou com cem empresários. A decisão do Mundial no dia 13 deste mês terá outros 160 convidados.


Vizinhos


A Apex-Brasil prevê, pelo menos, 20% de crescimento dos negócios apenas com os empresários bolivianos. Representantes do país vizinho visitaram nove empresas em Jundiaí, interior de São Paulo, a convite da brasileira Astra, do ramo da construção civil. “Conhecemos uma série de produtos. A empresa cresceu e tem alguns lançamentos que vou aproveitar. A Bolívia está tendo um boom na construção civil, assim como a economia da América do Sul”, afirmou o importador Jorge Jauregui.


Se não fosse esta oportunidade, dificilmente ele teria vindo e estreitado relações com os exportadores brasileiros. “Acredito que não seria possível ter vindo. Estreitamos relações, fiz contatos e pretendo aumentar as vendas. Fechamos negócios com produtos novos, que não têm na Bolívia. Faço uns 200 mil dólares em negócios a cada dois meses com o Brasil e pretendo aumentar”, projetou Jauregui, que vai inserir um forro de plástico, que sustenta o cimento até que a massa seque, no mercado boliviano.


A inserção de produtos nos mercados vizinhos pode ser tão diversificada que passa dos materiais de construção à água de coco. O peruano Juan Llosa trabalha com oito empresas importadoras no país e viu no produto natural uma nova oportunidade de mercado. “Pude conhecer produtos diferentes, com alto valor agregado, e estreitei laços com quem já tinha, para planejarmos ações de mercado. Vi um produto com potencial muito grande de crescimento no mercado peruano, que é a água de coco. É algo que não temos lá”, comentou.


Do outro lado do mundo

A imagem do Brasil mudou nos últimos cinco anos para os japoneses. Esta é a opinião do importador Jorge Imai, que representa 20 empresas brasileiras, que produzem de bolachas à cachaça, no país asiático. “O Brasil tem muitos produtos de interesse para o Japão. Hoje a aceitação é diferente. Antes os japoneses tinham uma imagem de produtos de terceiro mundo, então, tinham que ser mais baratos. No entanto, nos últimos cinco anos, a imagem do país mudou. Deixou-se de falar só de futebol e samba, agora, se fala da economia do país”, avaliou o empresário, que pretende dobrar a quantidade de produtos que importa do Brasil. Atualmente, ele compra dez milhões de dólares por ano.


O gerente de exportação da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados), Rodrigo Solano, que negocia com o empresário japonês Jorge Imai, elogiou o ambiente criado pela iniciativa da Apex-Brasil. “Uma vez que reunimos os compradores com maior potencial e os vendedores mais preparados, criamos um excelente cenário para a geração de negócios. É crescente o interesse e a vontade de comprar das empresas brasileiras. Esperamos que em dois anos a balança comercial do nosso setor fique positiva, a partir dessas ações”, analisou.

Iniciativa


A Apex-Brasil espera gerar seis bilhões de dólares em negócios nos próximos 12 meses com a iniciativa. O valor é o dobro do que foi gerado pela ação durante a Copa das Confederações de 2013. Os empresários estrangeiros são convidados pelas empresas brasileiras para vir a algum jogo da Copa. Eles chegam ao Brasil quatro dias antes da partida e participam de reuniões e visitas de negócios.


Fonte: Portal da Copa - Gabriel Fialho / Rede Mundo

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