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“Espírito animal” dos empreendedores globais ainda não foi restabelecido, diz Tombini


Desconfiança dos investidores atrasa recuperação dos países em 2014, afirma presidente do BC após retornar de reunião do BIS em Genebra


As políticas de estímulo monetário e financeiro sem precedentes que foram adotadas por vários países permitiram evitar uma nova Grande Depressão. Mas o aumento da liquidez global não foi capaz de traduzir-se em mudança permanente e significativa da confiança dos setores reais das economias avançadas. Ou seja, o “espírito animal” dos empreendedores ainda não foi restabelecido.


A afirmação foi feita pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, retornar da Assembleia Geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS) neste final de semana em Basileia, na Suíça. A entrevista foi dada à Conexão Real, órgão de comunicação interna do Banco Central.


Segundo ele, por causa da falta de confiança do mercado, a assunção de riscos de mais longo prazo, por meio de investimentos, ainda não foi retomada de maneira significativa, “não obstante termos sinais positivos nos mercados acionários, e de certa forma, nos mercados de imóveis”.


Devido a esses fatores, avaliou Tombini, a recuperação da economia internacional em 2014 continua em curso, mas em ritmo menos intenso do que se esperava até pouco tempo. “Não se trata de reversão, mas simplesmente da constatação de que um grande número de países está revendo para baixo suas projeções de crescimento. Isso engloba países avançados, como os Estados Unidos, assim como economias emergentes, como o México, a China, o Brasil e outras”, destacou.


Tombini acrescentou que, apesar dessas revisões, “não estamos em situação semelhante a de 2011, onde desenvolvimentos na Europa indicavam agravamento da crise. No Banco Central, continuamos operando dentro das margens do cenário que tínhamos nos últimos meses, e que comunicamos nos nossos vários documentos, apenas com alguns ajustes”


Segundo o presidente do BC, algumas economias estão em fase mais avançada do processo de recuperação, como é o caso dos Estados Unidos, mas sofreram recentemente com choques climáticos que levaram a uma contração significativa do produto no 1º trimestre e isso deve se refletir no crescimento ao longo de 2014.


“Sem embargo, não acredito que isso modifique a atual estratégia de retirada gradual dos estímulos monetários nos Estados Unidos, mas pode facilitar a compreensão pelos mercados de que poderá haver um período mais longo de normalização da política monetária”, alertou.


Outro elemento mais recente que se apresenta no cenário econômico mundial é a possibilidade da Zona do Euro aprofundar os seus estímulos à atividade e do Japão continuar os seus, o que, de certa forma, pode suavizar o movimento de retirada observado na economia norte-americana, disse Tombini.


“E no caso da China estamos observando uma gradual mudança de patamar de crescimento. Todos esses elementos do cenário externo estão sendo gerenciados com uma melhor comunicação pelas autoridades dos respectivos países, o que deve permitir também uma maior previsibilidade para as economias emergentes”.

Fonte: Portal Brasil com informações do Banco Central / Rede Mundo

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