Em seus mais de 190 anos, a Assembleia Legislativa do Estado do Pará construiu uma história recheada de grandes personalidades e acontecimentos. Resgatar e dimensionar a importância disso tudo são as missões do Departamento de Memorial da Alepa.
Em 2013, foi criada uma Comissão, formada por sete pessoas, para reunir todo o acervo histórico da Casa, que estava espalhado em lugares como Arquivo Público Instituto Histórico e Geográfico do Pará, Museu da Imagem e do Som e Biblioteca Arthur Viana.
Em 1959, aconteceu um incêndio no prédio da Assembleia Legislativa e muita coisa foi perdida. Ainda assim, a Comissão encontrou cerca de 10 mil arquivos, entre ofícios, regência de Leis, atas e fotografias.
Com o surgimento da Comissão, teve início um laborioso trabalho de pesquisa que incluiu visitas de pesquisa a municípios como Santarém, Bragança, Castanhal, Itaituba, Marabá, Redenção e boa parte da região do Marajó.
Hoje, o Departamento de Memorial coleciona mais de 15 mil documentos e se orgulha do trabalho. "Como professor de História, cheguei aqui em 1990 e bateu um desespero quando cheguei no arquivo e vi tudo sem a devida organização. Eu sempre tive essa perspectiva, de trabalhar com isso e resgatar toda essa história. Até porque muitos dos políticos que passaram por aqui deram nome a ruas, praças e colégios e muita gente nem sabe de quem se trata", conta Ednelson Figueira, um dos integrantes da Comissão.
O trabalho de resgate foi condensado em dois livros publicados: "190 Anos do Poder Legislativo" (2014) e "O Parlamento Paraense na Construção da Cidade de Belém" (2017), além da Revista Memórias do Legislativo, em três volumes. Ainda existe um livro a ser publicado, brevemente, sobre Constituinte Estadual.
Orgulho - "Sem a história e sem a memória, não podemos traçar um futuro. Me sinto muito satisfeito em estar resgatando e cuidando desse patrimônio histórico do Legislativo", destaca Paulo Lourenço, diretor do Memorial.
Depois de participar da Feira do Livro, em 2017, o Departamento de Memorial passou a atrair a curiosidade de crianças e adolescentes. Antes da pandemia, algumas escolas marcavam visitas guiadas de seus alunos às dependências do Memorial.
Os totens com a história da Alepa ocasionalmente eram levados aos mais diversos municípios do Estado e encantavam os moradores locais. "É muito emocionante pra mim levar um pouco da nossa história a crianças que nunca entraram em um museu na vida. Isso, sem dúvida, é uma das maiores gratificações do nosso trabalho", destaca Luiza Nunes, integrante da Comissão do Memorial.
Fonte: Alepa
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