Por WWF-Brasil - A prioridade do poder público é zelar pelo patrimônio e não criar divergências estéreis e sem base na realidade. Por isso, o WWF-Brasil lamenta a nova tentativa do presidente Jair Bolsonaro de desviar o legítimo debate da sociedade civil sobre a necessidade de proteger a Amazônia e, consequentemente, combater o desmatamento que está na origem dos incêndios fora de proporção que assolam o país e comprometem a qualidade do ar em várias regiões. Sua declaração de que ONGs estariam por trás dos incêndios por causa de um suposto corte em repasse de recursos não se sustenta diante dos dados. Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisou o repasse de recursos federais para Organizações da Sociedade Civil (OSC) entre os anos de 2010 e 2018 e descobriu que apenas 2,7% das Organizações da Sociedade Civil (OSC) recebem recursos federais. Desse total, apenas 5% foram destinados à região norte (5%). O estudo aponta ainda tendência de queda no número de repasses federais desde 2010. Os recursos que o governo suprimiu foram as doações internacionais ao Fundo Amazônia e eles subsidiavam ações de combate ao desmatamento e a incêndios, entre outras coisas. Portanto, o que o alegado corte em repasse de recursos causou foi a redução na capacidade do Estado de combater o desmatamento e os incêndios. O número de focos de queimadas cresceu 70% este ano (até o dia 18 de agosto) na comparação com o mesmo período de 2018. Ao todo, o Brasil registrou 66,9 mil pontos, segundo a medição do Programa Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Segundo os números do Inpe, o bioma mais afetado é o da Amazônia, com 51,9% dos casos. Historicamente, nessa região, o uso do fogo está diretamente ligado ao desmatamento, pois é uma das técnicas do desmatamento. Segundo o Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM), os 10 municípios da Amazônia com mais focos de fogo são os mesmos com mais desmatamento.
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