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Herança indígena no Ceará é destaque no trajeto da tocha


Francisco Vieira foi um dos portadores da tocha, em Caucaia (Foto: Andre Luiz Mello)

A tocha olímpica segue caminho pelo Ceará. Nessa quarta-feira (8), o caminho a ser percorrido lembrará os presentes da herança indígena no estado, incluindo o processo de catequização. Sítios tombados ainda serão palco da passagem da tocha pelas cidades históricas Caucaia, Itapajé, Forquilha e Sobral.

A primeira parada, em Caucaia – nomenclatura indígena que significa mato queimado -, chama atenção para um município que foi marcado pela presença dos Jesuítas e do processo evangelizador e colonizador português. No início do século 18, estavam em plena atividade de catequização dos índios que habitavam a região, os Caucaias.

Na Praça Matriz, onde será a celebração da tocha, danças indígenas e a banda marcial formada por alunos da rede municipal animam o público. Aos estudantes da rede pública de ensino, se juntam dançarinos e atores de companhias locais. A banda municipal se desloca até a praia de Cumbuco e praticantes do kitesurf compõem o cenário, durante o revezamento na orla. A região turística tem como atração a união de mar, serra e sertão.

Em seguida, a chama segue para terras no centro da Serra de Uruburetama, em Itapajé, no centro-norte do Ceará, onde moravam índios Anacés, Pauiarés e outras etnias de línguas Tupi e Tapuaia. A região foi descrita pelos padres Francisco Pinto e Pereira Figueira quando passaram pela região em 1607, durante missão de catequização dos indígenas da Chapada da Ibiapaba. O núcleo urbano surgiu apenas com a chegada de portugueses na região e a consequente implantação da pecuária no local.

Foto: MinC

Na história de Itapajé, destaca-se o pioneirismo no movimento abolicionista, por exemplo. O município libertou seus últimos escravos no dia 2 de fevereiro de 1883, cinco anos antes do fim da escravatura no Brasil. Quando ainda se chamava São Francisco de Uruburetama, Itapajé foi ainda palco de uma das maiores lutas do movimento republicano de 1824. Antonio Bezerra de Souza Menezes penetrou na Vila após vencer grande resistência oposta liderada pelo Tenente- Coronel Gonçalo de Andrade Sampaio, ardoroso defensor do imperador. Antonio Bezerra pregou os ideais da República do Equador, nos chapadões de Itapajé, e participou do cerco à Fortaleza.

Artesanato, shows e sítios históricos

Na próxima parada do revezamento, em Irauçuba, a intenção é valorizar o artesanato local, com destaque para seu principal produto: a rede. No local da celebração, será montada um exemplar de grandes proporções.

Em Forquilha, haverá oito pontos de apresentações. Em cada ponto de troca de condutor, uma modalidade Olímpica estará representada por alunos de 11 escolas da cidade. Dez mil bandeirinhas juninas foram espalhadas pela rota, que termina na principal avenida do município, onde um monumento em homenagem à tocha Olímpica será inaugurado.

Por fim, a tocha chega a Sobral. O conjunto arquitetônico e urbanístico do município foi tombado pelo Iphan em 2000. Abrange uma área que se estende da margem do rio Acaraú à Rua Coronel Monte Alverne, onde estão inúmeros imóveis e espaços públicos. Dentre suas valiosas edificações remanescentes do século XVIII, estão o Teatro e a Praça São João, um conjunto de casas em estilo art noveau, sobrados decorados com motivos greco-romanos e várias construções religiosas, como as igrejas da Sé e dos Pretinhos de Nossa Sra. do Rosário (construída por escravos).

O início do revezamento na cidade será marcado pela Banda Municipal de Sobral. Cerca de 30 músicos regidos pelo maestro Diego Melo farão a recepção do comboio em frente ao Arco de Nossa Senhora de Fátima.

A pira de celebração será acesa na margem esquerda do Rio Acaraú, próximo à Biblioteca Municipal. Ao lado do palco, quadrilhas juninas irão embalar a população. Ao final do revezamento, o cantor Avneh Vinny subirá ao palco da cerimônia de celebração e cantará os principais hits da carreira.

Fontee fotos: MinC

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