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Duas mil atrações culturais nas Olimpíadas


Mais de 2 mil espetáculos e atrações protagonizados por cerca de 10 mil artistas oriundos de todas as regiões do país irão apresentar ao mundo a diversidade cultural brasileira durante o período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Na manhã desta quarta-feira, 4, o Ministério da Cultura (MinC) apresentou as linhas gerais do programa cultural preparado pelo governo federal e parceiros para o período.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, destacou que os Jogos mobilizarão 5 bilhões de espectadores no mundo inteiro e mais de 1 milhão na cidade do Rio de Janeiro. "Por isso é preciso traduzir a diversidade e a complexidade cultural brasileira num momento como esse. É importante disponibilizar uma série de eventos para que eles conheçam o Brasil, estabeleçam uma relação positiva com o país, fazendo crescer a presença e a afirmação cultural do Brasil no mundo", afirmou.

O ministro do Esporte, Ricardo Leyser, o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Pedroso, o secretário executivo do MinC, João Brant, o diretor de comunicação do Comitê Rio 2016, Mario Andrada, e a secretária de cultura do Estado do Rio de Janeiro, Eva Doris, também prestigiaram a apresentação do programa cultural.

De acordo com o coordenador do Comitê Executivo de Jogos Olímpicos e Paralimpícos do MinC, Adriano de Angelis, as atividades terão como palco principal no Rio de Janeiro o Complexo Cultural da Fundição Progresso – onde serão realizados espetáculos, exposições, instalações e instalada uma biblioteca temática – e os Arcos da Lapa. Entretanto, também há eventos programados para vários bairros da cidade, na região metropolitana fluminense, nas Cidades do Futebol e em 18 capitais que integram o circuito de Revezamento da Tocha Olímpica. Ao todo, o investimento do Governo Federal para realização do Programa Cultura nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos será de R$ 85 milhões.

Festivais

Entre as ações apresentadas pelo MinC, estão a realização de três festivais. O primeiro, organizado em parceria com a Funai, promoverá atividades desportivas e culturais de dezenas de povos indígenas oriundos de diversos estados da Federação. Outro festival, organizado em conjunto com a Universidade Federal Fluminense (UFF), será destinado especificamente à cultura popular brasileira com apresentações previstas na capital carioca, em Niterói, na Baixada e nas arenas de competição dos Jogo.

Já o Festival de Luzes trará artistas de todo o país e também da França, Itália, Japão e Austrália para realizar projeções de imagens em escala gigantesca em praças, edifícios, montanhas e cartões-postais do Rio. "A cidade vai ganhar uma iluminação especial e um dos eixos temáticos será a tolerância religiosa, desenvolvido pela Fundação Palmares através da campanha Filhos do Brasil. E as Olimpíadas têm essa vocação de trazer a percepção da paz e da união dos povos", disse Adriano de Angelis.

A Fundação Palmares também promoverá uma Virada Cultural focada na Cultura Afro-brasileira contemporânea de periferia, com destaque para o funk, dança do passinho, batalha de DJs, grafite, skate, entre outras expressões.

Música

O programa ainda prevê as Festas de Rua, que levarão às vias cariocas estruturas completas das famosas Aparelhagem do Pará e da Radiola do Maranhão, por exemplo, e os Carnavais do Brasil, que trarão blocos de Recife e Olinda, de Salvador, de Belo Horizonte, entre outros.

A música eletrônica terá como palco as praias cariocas, onde se apresentarão 27 DJs. Já na Pedra do Arpoador, um piano será instalado para apresentação, ao pôr do sol, de espetáculos solo de pianistas brasileiros.

Também ocorrerá no período olímpico uma edição especial da Bienal de Música Brasileira Contemporânea com espetáculos de música de câmara, exploratória, orquestra e ópera.

Audiovisual, Inovação e Acessibilidade

Na área audiovisual, serão promovidas as exibições de filmes em espaços públicos. Em parceria com a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), também será criado o programa Meu Olhar, que semanalmente empacotará vídeos gravados em celulares e enviados pelos brasileiros e os veiculará na TV Brasil.

Na área da inovação, o Aplicativo Culturi permitirá o mapeamento colaborativo de locais, eventos e demais mobilizações culturais durante o circuito do revezamento da Tocha Olímpica e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos na cidade do Rio de Janeiro.

Tendo como gancho as Paralímpiadas, o pacote de ações também prevê o lançamento do software "CineAcesso", que oferece acessibilidade de filmes e sinalização de espaços do MinC, como museus e teatros, e do jogo LibrasKê, um karaokê que permitirá experimentar a prática de cantar em Libras. Durante os Jogos também serão produzidos 25 livros acessíveis em formato digital, voltados às diferentes deficiências.

Outras ações

Uma parceria com o Comitê Rio 2016 permitirá que atrações representativas da cultura brasileira se apresentem nos intervalos dos Jogos, dentro e fora das arenas de competição, nos chamados Sports Presentation, espaços tradicionalmente ocupados por cheerleaders (animadores de torcida).

No âmbito da Literatura, o MinC montará uma Biblioteca Temática dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos na Fundição Progresso e fará uma Mobilização Nacional nas Bibliotecas Públicas para incentivar uma "maratona" da leitura.

Os museus Nacional de Belas Artes, da República e Histórico Nacional contarão com exposições e montagens de espetáculos especiais, idealizados por encenadores e companhias teatrais do país, e receberão um pacote de melhorias de infraestrutura que permanecerão como legado.

O MinC ainda realizará o Projeto Memória, documentando a realização dos Jogos, e será um dos coordenadores da Casa Brasil, um espaço de promoção do país como destino cultural, turístico, esportivo e de negócios.

A oportunidade dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos ainda estimularam o lançamento de quatro editais pela Funarte. Três destinados à projetos de dança, teatro, circo e música e um as artes visuais.

Percurso da Tocha Olímpica

O percurso da tocha olímpica será acompanhado por uma programação cultural apoiada pelo MinC em 18 capitais. Por meio de convênio, essas capitais, localizadas nas cinco regiões do Brasil, receberão entre R$ 192 mil e R$ 250 mil para mostrar ao mundo a riqueza de sua diversidade cultural, totalizando R$ 4,1 milhões repassados pelo Governo Federal.

Na terça-feira, 3, a passagem da tocha por Brasília foi marcada pela realização de uma série de shows na Esplanada dos Ministérios. Em parceria com o Governo do Distrito Federal, o Ministério financiou a apresentação de dez artistas locais que tiveram como intuito dar visibilidade internacional à diversidade cultural da capital brasileira.

Durante a tarde e a noite desta terça-feira, se apresentaram as cantoras Renata Jambeiro, Dhi Ribeiro e Ellen Oléria; o teatro de Zé Regino e do Mamulengo Presepada; os pífanos do grupo Zé do Pife e as Juvelinas; o bumba-meu-boi do Seu Teodoro; a mescla de tradições da cultura popular trazidas pelo grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro; e a arte inclusiva da Associação Cultural Namastê.

Por meio de uma parceria com o Ministério do Turismo, o GDF trouxe ainda os cantores Diogo Nogueira e Daniela Mercury. A capital foi a primeira cidade brasileira a receber o símbolo dos jogos que terão início em agosto deste ano, no Rio de Janeiro.

No fim da noite, após passar por diversos monumentos históricos de Brasília, entre eles a Ponte Juscelino Kubitschek, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida e a Igreja Nossa Senhora de Fátima, a tocha foi levada ao Memorial dos Povos Indígenas. No espaço, a chama foi conduzida pelo atleta Kamukaiká Lappa Yawalapíti, do Alto Xingu.

Durante a sua passagem, índios de povos diversos iniciaram um ritual de celebração pela paz mundial e pela garantia do direito que têm às suas terras e pela preservação de suas línguas e culturas. A vinda dos índios à capital do País foi viabilizada pelo MinC e pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Participaram do ritual de celebração pela paz indígenas dos povos Xacriabá, Guajajara, Tukano, Tupiniquim, Baré, Kayapo, Atikum e Kariri-Xoko.

Fonte e imagem: MinC - por Vinicius Mansur e Cristiane Nascimento

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