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Aviso aos navegantes! Mundo conectado exige uma nova postura de governantes


Aviso aos navegantes!

Ou melhor, aviso aos governantes: o mundo conectado exige uma nova postura de seus dirigentes, uma vez que impactará fortemente a vida das pessoas, das instituições e dos modelos de governo. Essa é a principal conclusão do relatório “El Gobernaut

Latinoamericano”, um estudo do estudo do perfil de atuação dos governantes do continente nas redes sociais. O estudo, coordenado pelos pesquisadores Pablo Valente, Ramiro Lopes

– Ghio, Mário Riorda e Fernando Straface, alerta para a importância do trabalho colaborativo nesse início da “Era da Colaboração” e dá dicas curiosas sobre o que pode vir a acontecer aos líderes que não estiverem à altura do desafio.

A era que emerge desse mundo conectado se sustenta na colaboração massiva de iguais em redes globais e está baseada na confiança, na transparência e no trabalho coletivo. Os pesquisadores alertam que, em 2020, os telefones inteligentes conectarão entre 2 e 3 bilhões de pessoas no mundo, e que os dados armazenados serão 50 vezes o que estava armazenado em 2010. No campo econômico, mesmo atualmente, as empresas que usam dados da internet para basear suas tomadas de decisão têm pelo menos 6% a mais de produtividade.

As novas tecnologias de informação e comunicação - TICs existem para recuperar a confiança das pessoas e gerar soluções que melhorem a qualidade de vida. Mas, para isso, há que se cobrar dos governantes a priorização de espaços voltados para o desenvolvimento de ferramentas que associem análise de dados com um melhor diálogo com a cidadania. A lógica é muito simples e o relatório é enfático nesse sentido: “Não conseguiremos resolver os problemas do futuro com as ferramentas e as bases culturais do passado”!

O fato é que as novas tecnologias fizeram surgir um novo cidadão que demanda um novo tipo de governante, ou melhor, um “governauta”. “O governauta é incompatível com o uso arbitrário e personalista do poder”, principalmente porque a “era da colaboração” coincide com a chegada da primeira geração de nativos digitais. Ou seja: o governante do futuro terá forçosamente que levar em conta que as futuras gerações serão infinitamente mais conectadas e exigirão respostas compatíveis com sua realidade.

A transparência da informação, no futuro, terá que se converter em verdadeira ferramenta de gestão, e não em mera estratégia de legitimação das ações do poder público, como ocorre atualmente. Os “governautas”, líderes altamente conectados e atentos às inovações, terão que refazer suas equipes incorporando talentos antes desconhecidos e estar abertos às experimentações. Os governantes mais apegados às hierarquias tradicionais tendem a ficar alijados das enormes possibilidades que estão surgindo com a era da colaboração.

Os novos líderes não serão pessoas que terão todas as respostas, mas pessoas que saibam formular as perguntas mais adequadas, valorizem a inteligência coletiva, e organizem e coordenem o trabalho colaborativo de diferentes coletivos e agentes sociais e econômicos.

A melhor notícia é que o internauta latino-americano é muito mais conectado que nas demais regiões do planeta. E no Brasil, os incluídos digitais passam mais horas conectados que o tempo que passam vendo televisão.

O desafio é romper o hiato digital. É fazer com que as mais de 100 milhões de pessoas que ainda são digitalmente excluídas no Brasil tenham acesso à Internet e tenham a oportunidade de participar, com suas opiniões e visões de mundo, da construção de uma sociedade melhor para todos. Os governantes precisam estar antenados com os desafios da era da colaboração!

Aníbal Diniz, 52, jornalista, graduado em História pela UFAC, foi diretor de jornalismo da TV Gazeta (1990 – 1992) assessor da Prefeitura de Rio Branco na gestão Jorge Viana (1993 – 1996), assessor e secretário de comunicação do Governo do Acre nas administrações

Jorge Viana e Binho Marques (1999 – 2010) e senador pelo PT- Acre (Dez/2010 – Jan/2015), assessor da Liderança do Governo no Congresso Nacional de março a outubro de 2015, membro do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel a partir de 13 de outubro.

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