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Cunhantã Digital: movimento buscar aumentar participação das mulheres na área de exatas


Dos mais de 580 mil profissionais de TI que atuam no Brasil, apenas 20% são mulheres. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Na região Norte, estima-se que os números sejam ainda menores, de acordo com a professora Tanara Lauschner, do Instituto de Computação da Ufam.

Para mudar esse quadro e mostrar que as mulheres podem ter sucesso na área de tecnologia da informação, um movimento chamado meninas digitais foi criado há cinco anos. Na versão amazonense, o movimento foi batizado de cunhantã digital e foi apresentado hoje dentro do Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software, no Studio 5 Centro de Convenções.

O baixo percentual se estende mundo afora. Nos Estados Unidos, o último censo estima que elas ocupam apenas 25% dos empregos em TI. No ano passado, o Google revelou que apenas 30% de todos os seus colaboradores são do sexo feminino.

A professora Claudia Capelli, da UNIRIO e ex-executiva de Multinacionais de TI disse que há 30 anos, quando ingressou na faculdade, o preconceito era maior mas ele ainda existe.

“O número de mulheres em TI vem aumentando a duríssimas penas. A competição com os homens é muito grande”, afirma a professora da PUC-Rio, Karin Breitman.

Para Rosiane de Freitas, professora da Ufam, a escolha pela carreira profissional é influenciada ainda na infância. “Enquanto vemos meninas sendo estimuladas para brincar de boneca, casinha, os meninos brincam com jogos de guerra e de tecnologia. Daí elas acabem sendo direcionadas para as áreas de cuidados, como humanas e saúde e eles para as exatas.

A senadora Vanessa Grazziotin, procuradora da Mulher no Senado, ainda há dificuldade para a sociedade perceber que há diferenças no acesso quando se fala em homens e mulheres. “Não basta querer. O acesso precisa ser o mesmo para ambos. Na prática, não é isso o que acontece. As mulheres ainda ganham 27% a menos que os homens mesmo ocupando o mesmo cargo”, revelou.

Alunas da Ufam criam aplicativos voltados para o público feminino

Alunas do Instituto de Computação da UFAM desenvolveram aplicativos de celular para facilitar a vida das mulheres. O “Mommy´s BeneFIT”, “What the hack” e “Make UPhi” foram apresentados no Cunhantãs Digitais, que encerrou hoje e faz parte da Escola Avançada de Qualidade de Software na Amazônia.

Os aplicativos são frutos de uma competição internacional chamada Hackathon, que significa maratona de programação. O trabalho foi coordenado pela professora Rosiane de Freitas Rodrigues.

Aplicativos

“Mommy´s BeneFIT” - O aplicativo Mommy’s Benefit é destinado para grávidas que procuram melhorar a sua qualidade de vida através da prática de exercício físico. Ele permite que as mulheres grávidas que não tem conhecimento dos exercícios físicos apropriados possam ter acesso a essas informações. Elas podem ler os comentários de outras grávidas sobre as atividades físicas para que possam ter maior segurança para a prática de atividades e também podem ver onde praticá- las, pois muitas vezes, a grávida sabe que pode praticar exercícios físicos, mas não encontra locais apropriados.

“What the hack” - O What the hack é um aplicativo móvel baseado em jogo voltado para as meninas que querem saber mais sobre carreiras tecnológicas e do papel das mulheres neles. Fornece uma base de informações para facilitar a partilha de conhecimentos e incentivar a participação , o que também garante o intercâmbio entre as jovens em suas atividades acadêmicas iniciais e mulheres profissionais, gerando cultura, melhorando a rede, bem como permitindo o reconhecimento de algo que elas criaram. Além disso, a participação em tais eventos contribui também para a troca de experiências com as mulheres bem-sucedidas nesses campos.

“Make UPhi” - É um aplicativo voltado para a composição feita por Fibonerds . Usando proporções matemáticas, a aplicação avalia as características faciais de um usuário e sugere algumas dicas de maquiagem.

Cunhantã Digital

O Cunhantã Digital está na sua primeira edição e busca estimular a maior participação das mulheres da região amazônica em áreas de ciência&tecnologia, promover a interação entre mulheres profissionais e meninas em formação, bem como estimular o ingresso de mulheres em cursos de graduação e carreiras de tais áreas.

É um evento impulsionado pelo Women in Information Technology (WIT), evento satélite do Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC), pelo projeto Meninas Digitais, também da SBC, voltado para meninas do ensino médio, e pelo projeto SciTechGirls do Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas, voltado para o desenvolvimento de aplicativos e participação em competições de programação científicas e tecnológicas.

Fonte: Ufam - por Mariane Cruz/Fotos de Valmir Lima

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