
Na Faculdade de Medicina (FM) da USP, cientistas estão trabalhando para entender por que o novo coronavírus afeta crianças, jovens, adultos e idosos de maneiras diferentes. Desde março, o grupo de Carlos Moreira-Filho, do Departamento de Pediatria, realiza um estudo que visa analisar como o sistema imunológico de pacientes que testaram positivo para o novo coronavírus reage à infecção. O desenho do estudo foi publicado na edição de junho da revista Clinics.
Sandra Elisabete Vieira, professora associada do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina (FM) da USP e uma das autoras do estudo, explicou ao Jornal da USP que o objetivo é fazer a análise transcriptômica dos leucócitos desses pacientes. “Vamos olhar a infecção pelo lado do hospedeiro e não do agente infeccioso”.
Esse tipo de abordagem investiga quais genes são expressos pelos glóbulos brancos do sangue, responsáveis pela defesa do organismo frente a um agente infeccioso. A ideia é criar grupos homogêneos (com mesma idade, sexo e comorbidades, por exemplo) e comparar os resultados. Com isso, será possível desenvolver um tratamento (curativo ou preventivo) para atuar exatamente no alvo da infecção.
Desde que surgiram os primeiros casos de covid-19, várias hipóteses têm sido levantadas para explicar quais mecanismos moleculares levam crianças, na maioria dos casos, a desenvolverem sintomas leves. “Acreditamos que a resposta deva estar na proteína ACE2, um dos principais receptores do novo coronavírus”, explica Sandra. “Para um vírus se multiplicar e desencadear uma resposta grave, ele precisa se ligar a um receptor, e talvez as crianças ainda não tenham o ACE2 expresso”, explica a pediatra.
O Instituto de Física de São Carlos (IFSC) e o Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP serão os responsáveis por criar ferramentas computacionais capazes de interpretar a grande quantidade de dados que serão gerados neste estudo.
Vírus respiratórios
A pesquisa começou a ser desenhada em março deste ano e até o fechamento desta reportagem já contava com 130 voluntários. São pacientes que ficaram internados no Instituto Central do Hospital das Clínicas com RT-PCR positivo para o Sars-Cov-2. Familiares que tiveram contato com esses pacientes e apresentaram apenas sintomas leves foram convidados a colaborar com os cientistas.
Casos graves de covid-19 são caracterizados por uma reação exagerada do sistema imunológico, conhecida como “tempestade de citocinas”, e pelo aparecimento da Síndrome Respiratória Aguda Grave. As citocinas são moléculas produzidas pelo sistema de defesa, como linfócitos, macrófagos, monócitos e leucócitos. Elas participam da comunicação entre as células e aceleram o processo inflamatório para lidar com infecções. “Uma vez capturado o transcriptoma desses indivíduos, será possível fazer diferentes comparações e descobrir mecanismos importantes da doença”, ressalta Moreira-Filho.
Recentemente, Sandra concluiu um estudo sobre dois vírus respiratórios responsáveis por um grande número de hospitalização de recém-nascidos e crianças com bronquiolite no primeiro ano de vida: o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus.
De acordo com a pediatra, é muito difícil fechar um diagnóstico somente com a análise clínica do paciente. “Apesar de serem muito parecidos, é impossível apontar qual dos dois está causando a infecção”, explica. “As respostas aos tratamentos também variam de acordo com o agente patológico, por isso é tão importante diferenciá-los.”
Durante a investigação, os cientistas analisaram o sangue periférico de crianças abaixo de seis meses, hospitalizadas e com diagnóstico fechado de bronquiolite viral aguda. “Mostramos que, apesar de as infecções serem clinicamente indistinguíveis, a expressão gênica na criança que tem infecção por VSR é completamente diferente da que desenvolve rinovírus, e o organismo monta a sua resposta imunológica para combater aquele agente específico”, explica a pesquisadora.
Como reação ao vírus, o sistema imunológico da criança causa uma resposta com mais elementos inflamatórios, que trazem vários danos ao organismo. “Mostramos por que o VSR é tão mau caráter”, enfatiza Moreira-Filho.
Por essa experiência anterior bem-sucedida, Sandra decidiu usar a mesma abordagem para o coronavírus. “O problema dessa doença é que ela leva um número enorme de pessoas a buscar atendimento em centros de terapia intensiva, e não existe nenhum sistema de saúde preparado para isso”, completa o professor.
Mais informações: e-mail rosangela.fernandes@hc.fm.usp.br, com Rosângela Fernandes (para informações sobre como participar da pesquisa); e-mail sandra@hu.usp.br, com Sandra Elisabete Vieira.

Fonte: Jornal da USP
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