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Lula convoca o povo: “Está nas nossas mãos, temos de plantar o futuro”

Em ato em Curitiba, neste sábado (17), ex-presidente defende pacto nacional e governo popular para a superação da miséria. “Vamos restabelecer uma nova relação com a sociedade e reconstruir o país, ele é de cada um de nós”

Lula: "Qual é a política boa de educação, boa de saúde, de segurança, de cultura? São vocês quem decidem” (Foto: Ricardo Stuckert)

O Brasil reúne todas as condições de voltar a ser um país mais soberano, socialmente justo, fraterno e desenvolvido a partir de 2023. Para que o sonho se torne realidade, no entanto, será necessário uma grande concertação política, um pacto nacional firmado por toda a sociedade, defendeu o ex-presidente Lula, neste sábado (17). No ato Todos Juntos pelo Paraná, que agitou Curitiba com a presença de lideranças da coligação Brasil da Esperança, Lula afirmou que só um governo com participação efetiva do povo poderá reconstruir o país a partir dos escombros deixados por Bolsonaro. “Queremos restabelecer uma nova relação com a sociedade brasileira, não somos donos do país”, discursou o petista. “Seremos uma espécie de síndico. Voltaremos a fazer as conferências nacionais, para que vocês decidam as políticas públicas. Qual é a política boa de educação, boa de saúde, de segurança, de cultura? São vocês quem decidem”, enfatizou. “Está nas nossas mãos, podemos construir o Brasil. Estou assumindo um compromisso de vida. Quero voltar porque confio em vocês, confio no Brasil, no taco de vocês, que vão me ajudar a governar e fazer um país melhor. A gente só quer voltar a sorrir, trabalhar, morar, namorar, estudar, passear, não queremos nada demais”, pediu Lula.

“Temos de plantar o futuro. Hoje, as pessoas precisam comer”, alertou Lula. “Comer é bom, estar de barriga cheia é bonito. A fome é feia”.

“Não há explicação para nossa pobreza, para termos 33 milhões de pessoas com fome, 106 milhões comendo menos calorias do que deveriam comer”, disse Lula. Ele criticou o fato de Bolsonaro governar apenas para uma parte da população, notadamente os mais ricos.

Ministérios e propostas

“Aquele Palácio [do Planalto] é para entrar empresário mas também sem-teto, catadores, indígenas. Por isso, estejam preparados, porque vão voltar os ministérios da Mulher, da Igualdade Racial e vamos criar o Ministério dos Povos Originários, os indígenas terão direito de cuidar da sua terra. O Ministério da Cultura vai voltar e cada capital terá um comitê cultural, para que a gente possa nacionalizar a cultura brasileira”.

Lula afirmou que, se eleito, já na primeira semana irá convocar uma reunião com todos os governadores para saber o que precisa ser feito em educação, saúde e infraestrutura. Em seguida, será a vez dos prefeitos. “O povo mora na cidade, é lá que tem escola, o bairro, a vila, é lá que ele quer ter acesso às coisas. A cidade tem de ter uma vida de qualidade, e esse é o papel do governo federal, criar as condições para o desenvolvimento das cidades”.

Legado

Lula apontou para a importância do legado das gestões petistas na Presidência, com uma inédita ascensão das classes D e E para a classe média. “Não houve um momento na história desse país com mais política de inclusão social do que nos 13 anos que o PT governou”, lembrou Lula. “Nunca houve tanto investimento na educação, universidades, escolas técnicas, institutos federais como no nosso tempo”.

Lula elencou uma série de medidas e políticas públicas que ajudaram a mudar o país quando ele e Dilma governaram, inclusive projetando a imagem do Brasil no exterior. “Fui o primeiro presidente a participar de todas as reuniões do G8, foi no governo da presidenta Dilma que a ONU anunciou que o Brasil havia saído do Mapa da Fome, o Brasil estava virando um país extraordinário”.

“Nós conseguimos fazer com 36 milhões de pessoas saíssem da miséria absoluta”, argumentou o ex-presidente. “Aumentamos o salário mínimo todo ano, pagamos benefício da previdência social, aposentadoria, auxílio-maternidade, BPC, em menos de 20 dias. Hoje tem uma fila de 4 anos para alguém receber um benefício da previdência social”, lamentou.

Descaso de Bolsonaro

Lula condenou o descaso de Bolsonaro com a educação, resultando no aumento do déficit educacional. “Bolsonaro não entende de educação, de emprego, de sindicato, não entende de nada, a não ser fake news, para mentir para a sociedade brasileira como ele faz todo santo dia”.

“Temos de nos perguntar quanto custou não fazer as coisas no tempo certo. Precisamos dotar nosso país de escolas em tempo integral para que nossas crianças possam ter melhor qualidade de ensino, os professores, melhores salários. Para que a gente possa, inclusive, diminuir a violência contra as crianças”.

Lula também prometeu que o Prouni e o Fies voltarão “com força”. Para ele, não existe exemplo na humanidade de um país desenvolvido sem educação. E o Brasil pagou o preço por só ter inaugurado uma universidade em 1920, 400 anos depois do Peru. “Por que não faziam universidade no país? Porque a elite escravista não queria que o povo aprendesse”.

“Quando você não tem profissão, não tem emprego. Se tiver, não tem qualidade e o salário é baixo”, comentou, ao explicar a importância da formação profissional. “Quando você tem conhecimento, um diploma, você chega em um escritório ou repartição, mesmo que não tenham vaga, eles ficam com seu currículo. Se não tem profissão, é só “não”, comparou. Salário mínimo, merenda escolar e Transposição

“Faz anos que não aumentam o salário mínimo, nós aumentávamos todo ano. Faz cinco anos que não aumentam a merenda escolar”, denunciou. “Em muitas escolas, crianças estão comendo biscoito seco. Eu queria que o Bolsonaro e o Guedes pegassem os filhos deles pelo braço, levassem numa escola para ver a qualidade da comida que as crianças estão comendo, e ver se eles gostariam de dar essa comida para os filhos deles”, desafiou.

“Nós conseguimos provar que esse país pode ser melhor, que as pessoas podem estudar, que o Nordeste não nasceu para ser miserável”, reafirmou Lula. “Fizemos a transposição do São Francisco, que Dom Pedro tentou fazer em 1846, e uma parte da elite brasileira não deixava. Fizemos para levar água para 12 milhões de pessoas no Semiárido. Porque a seca é um fenômeno da natureza, a fome é um fenômeno da falta de vergonha na cara de quem governa o país”.

Forças Armadas

Lula voltou a reforçar o papel que as Forças Armadas terão em um novo governo petista: cuidar da soberania e da segurança das nossas fronteiras. “As Forças Armadas voltarão a ter um papel nobre, definido na nossa Constituição”, garantiu.

“Queremos as Forças Armadas preparadas, equipadas, bem formadas, para que ninguém invada o Brasil. Não queremos as Forças Armadas se metendo nas eleições”, alertou. Requião

Por fim, Lula afirmou que sua ida a Curitiba teve como objetivo conscientizar a população da importância política de Roberto Requião, candidato a governo do Paraná pelo PT e peça fundamental na reconstrução do país.

“Vim aqui, com minha companheira Dilma Rousseff, para dizer que Requião merece nossa confiança e respeito e, portanto, merece ser governador”, concluiu Lula.

Onda da mudança

Emocionada, a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, parabenizou o povo de Curitiba pela resistência ao lado do ex-presidente Lula durante o período de sua injusta prisão por causa da farsa da Lava Jato. “Sergio Moro, aquele que perseguiu Lula, que fez política, que virou ministro de Bolsonaro, foi se candidatar em São Paulo e foi escorraçado de lá”, lembrou Gleisi.


Ela também destacou que não houve governo que mais levou investimento ao estado do Paraná do que o de Lula e Dilma. “São mais de R$ 200 bilhões que foram investidos aqui nos anos que governamos esse Brasil. Investimentos em infraestrutura, educação. Criamos três novas universidades”. E assegurou: com Lula na Presidência e Roberto Requião no governo do Estado, o Paraná vai saber o que é prosperidade.

A presidenta do PT encerrou sua fala conclamando o povo paranaense a se engajar na campanha pelas vitórias de Lula, Requião e demais candidatos a deputados e deputadas da coligação. “Cada um de nós tem de sair e fazer campanha nestes 14 dias, montar os comitês populares e pedir voto para Lula, Requião e Rosane [Ferreira, candidata ao Senado do PV], temos de fazer uma onda da mudança, da virada. Não aceitaremos fake news, vamos para o enfrentamento”, avisou.

Caminho para o futuro

A ex-presidenta Dilma Rousseff denunciou Bolsonaro pelo ataque sistemático à educação, impondo anos de atraso ao país. “Bolsonaro está retirando o Auxílio Creche, o que é algo gravíssimo. Em um país como o nosso, isso é retirar as melhores condições para o nosso futuro”, acusou. “Nós só sairemos da brutal desigualdade, do baixo desenvolvimento, por meio de um investimento forte em educação, e que começa nos primeiros anos”, alertou. Dilma também afirmou que a candidatura de Lula representa a retomada do país ao caminho para o futuro. “O presidente Lula é o lado certo da história, o lado da reconstrução do Brasil, o lado que vai permitir a esse país voltar a ser respeitado internacionalmente”.

Assim como Gleisi, Dilma pediu a todos os paranaenses que redobrem seus esforços na conquista de votos, a fim de liquidar a eleição já no primeiro turno. “Temos de reverter qualquer possibilidade de não ganharmos no primeiro turno. E sabemos fazer, com determinação. Vamos para a rua fazer a diferença”.

Consciência nacionalista

O candidato a governador do Paraná pelo PT, Roberto Requião, reforçou que a sua candidatura é um ato de insurreição contra o desgoverno Bolsonaro. “Eu fico indignado quando vejo mulheres assaltando caminhão de lixo para alimentar suas famílias no país que é o maior produtor de grãos do mundo”, bradou. “Fico indignado quando retiram direitos dos trabalhadores, violentam a aposentadoria para concentrar dinheiro na mão de meia dúzia de pessoas”.

Requião reiterou que o estado do Paraná precisa ajudar a eleger Lula no primeiro turno. “Se quisermos resolver uma série de problemas, precisamos ter ao nosso lado um presidente da qualidade do Lula”, pontuou. Requião afirmou que a consciência nacionalista do ex-presidente é fundamental para transformar o país.

“Lula morou em um quatro com uma cozinha com 13 pessoas, sabe o que é o desespero de um desempregado e o de um empregado que, com o seu salário, não consegue alimentar os seus. Lula desenvolveu, de forma fantástica, uma identidade inquebrantável com seu povo, uma solidariedade indispensável para quem quer comandar um país”, elogiou Requião.

O evento contou ainda com discursos da esposa de Lula, Janja, da ex-deputada federal Manuella d’Ávila (PCdoB), da candidata ao Senado Rosane Ferreira (PV), e do candidato a vice-governador na chapa de Requião, Jorge Samek.


Fonte: Agência PT

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