A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, na noite desta sexta-feira (4), a importação, em caráter emergencial, das vacinas Sputnik V e Covaxin, atendendo a um pedido dos governadores que integram o Consórcio Nordeste. A agência impôs, no entanto, restrições à importação, limitando a quantidade de doses e impondo condições como estudos de efetividade e mais informações sobre os imunizantes.
Além disso, os lotes importados devem ser aprovados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz. A agência também informou que a importação excepcional não garante segurança, qualidade e eficácia da vacina.
Assim, a Anvisa impôs outros condicionantes para utilização das vacinas, como a não utilização das vacinas em pessoas com hipersensibilidade a componentes da fórmula, gravidez, lactantes, menores de 18 anos ou maiores de 60 anos, mulheres que planejam engravidar nos próximos 12 meses e pessoas com enfermidades graves, entre outros.
A agência analisou pedidos de seis estados e do Ministério da Saúde para trazer 26,5 milhões de doses da Sputnik V e 20 milhões da Covaxin mas só autorizou o correspondente a 1% da população dos estados e do país. O número é baixo, de cerca de 928 mil doses da vacina russa e 4 milhões do imunizante indiano.
“Ainda que com uma pequena quantidade de doses liberadas, a aprovação da nossa agência reguladora significa que a vacina é segura e eficaz”, insiste o presidente do Consórcio Nordeste Wellignton Dias. O governador anunciou que o consórcio irá se reunir neste sábado (5) com o Consórcio da Amazônia e o Comitê Científico do Nordeste para avançar na aquisição de todas as vacinas -37 milhões de doses – já negociadas com o Fundo Soberano Russo.
“O Brasil precisa urgente de mais vacinas e não podemos perder tempo, buscando soluções para que as doses cheguem o mais rápido possível”, cobra Wellington Dias. “Tudo o que o Brasil mais precisa é de vacinas para salvar vidas”.
Em entrevista ao UOL, na sexta, Wellington Dias, afirmou que, com a demora na aprovação da importação da Sputnik V, o Brasil perdeu uma importante janela para imunizar mais de 53 milhões de brasileiros até o fim de abril.
Dias alertou ainda para o risco de o país ficar para trás na lista de países que, por terem avançado em suas imunizações, são considerados de baixo risco em relação à segurança sanitária. “Precisamos de mais vacina para que o Brasil venha para esse nível de países de baixo risco e evitar problemas nas relações comerciais”.
Fonte: PT no Senado
コメント