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Plano Pró-Brasil esconde inoperância de Bolsonaro para enfrentar a guerra contra a pandemia


Foto: Sérgio Lima

Mal foi anunciado, em coletiva realizada na quarta-feira (22) no Palácio do Planalto, o plano Pró- Brasil já ganhou um apelido nas redes sociais: PAC (Programa de Aceleração do Coronavírus). Ao contrário do PAC dos governos Lula e Dilma que investiu em obras públicas, impulsionou a infraestrutura e gerou milhões de empregos, o plano anunciado pelo ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Neto, cumpre outro objetivo. Apesar da pretensão – a medida foi anunciada como um “Plano Marshall” tupiniquim –, um apressado power point não escondeu que se tratou apenas do esforço do Planalto de produzir um “fato positivo” para esconder a inoperância de Jair Bolsonaro no combate à pandemia.

“Não é um programa somente de governo, é de Estado”, anunciou o general. “Tanto que a nossa previsão de trabalho do programa está num universo temporal de dez anos, até 2030. Estamos pensando a longo prazo”, disse o chefe da Casa Civil. “Governo resgata papel do Estado na retomada e põe em xeque agenda liberal de Guedes”, cravou a Folha na edição desta quinta-feira sobre o lançamento do programa. A proposta foi vista também como um “arremedo” do período Geisel, apesar do ex-presidente ser um desafeto dos militares discípulos de Sylvio Frota na gestão Bolsonaro.

Apesar da expectativa do general, o projeto prevê investimentos insuficientes e fontes inexistentes, sem qualquer base na realidade econômica atual. Segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, o plano contaria com R$ 270 bilhões de investimentos privados, por meio de concessões, e outros R$ 30 bilhões de obras públicas. A ausência do ministro da Economia, Paulo Guedes, que causou incômodo na mídia rentista, talvez ajude a explicar a inconsistência dos números.

O investimento público de R$ 30 bilhões previstos pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio

de Freitas, corresponde ao que o atual governo e seu antecessor cortaram apenas na área da saúde. Entre 2018 e 2019, o governo federal retirou R$ 22,5 bilhões de recursos do atendimento à saúde pública, em especial do SUS. A proposta de Freitas, portanto, faria mais sentido se a dinheirama citada fosse devolvida ao orçamento do Ministério da Saúde, para enfrentar a pandemia. Até agora, sequer equipamentos médicos o governo providenciou aos profissionais de saúde. E as promessas de testes massivos se traduzem como mais uma ilusão de um governo que vende fantasias.

Falta ousadia

A dimensão da crise não apenas brasileira, por conta do impacto da pandemia na economia nacional, mas sobretudo global, impõe um nível superior de enfrentamento e investimentos. Os Estados Unidos já totalizam 26,5 milhões de desempregados e milhares de pessoas nas filas para obter comida. O Japão anunciou um pacote recorde de US$ 1,1 trilhão de estímulo, incluindo os pagamentos em dinheiro à população. A Espanha propôs à União Europeia a criação de um fundo de ajuda no valor de 1,5 trilhão de euros para ajudar na recuperação dos países mais atingidos.

“O Brasil na Guerra do Paraguai gastou o equivalente a 11 orçamentos da União”, lembrou Lula em entrevista recente a blogs anternativos. “O Brasil não tem que ter medo de colocar R$ 300 bilhões novos. Não vai criar inflação nenhuma. Vai apenas alargar a base monetária. É fazer dinheiro para utilizar com o povo, que está numa crise medonha”, defendeu o ex-presidente da República.

O manifesto do PT, divulgado na quarta-feira, lembra que o governo liberou R$ 1,2 trilhões para os bancos, valor muito superior ao pretenso plano “sócio-econômico” sugerido pela equipe de Braga Neto, tímido diante do estrago causado pela paralisação da economia e a incapacidade de Paulo Guedes de tirar qualquer medida da cartola. Em vez disso, o governo amplia o arrocho à população e estrangula a capacidade de micros e pequenas empresas se manterem vivas, já que o Banco Central não criou nenhum instrumento que obrigue o sistema financeiro nacional a fazer o dinheiro circular.

Fonte: Agência PT

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