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Crime contra humanidade: Justiça chilena aceita denúncia contra o presidente Piñera


Foto (Crédito: TONO CARBAJO/FOTOMOVIMIENTO)

Do Rede Brasil Atual - Um tribunal em Santiago, capital do Chile, acatou denúncia contra o presidente chileno, Sebastián Piñera, e outras autoridades do país. A ação movida por um grupo de advogados acusa o governo de ser responsável por supostos crimes contra a humanidade cometidos durante os protestos no país, que ocorrem há três semanas, e que resultaram em 20 mortos.

O Instituto Nacional de Direitos Humanos já contabiliza mais de 2.300 denúncias de violência. Até a última quarta-feira (7), o total oficial era de 1.778 feridos, 5 mil detidos e 157 pessoas que perderam a visão por disparos dos olhos. O jornalista Gunther Aleksander, da Agência Pressenza, que acompanha a situação na capital, diz que a decisão da Justiça é o mínimo do que se espera de uma sociedade civilizada. “Desde que o Piñera deu carta branca para o toque de recolher, o estado de emergência e prisões indiscriminadas, o mínimo é responsabilizá-lo”, afirmou ao Seu Jornal, da TVT.

A denúncia afirma que policiais e militares cometerem pelo menos nove crimes – incluindo homicídio, tortura e abuso sexual – desde 18 de outubro, data em que começaram os protestos. Na ocasião, Piñera decretou estado de emergência, entregando ao Exército o controle da segurança de Santiago e de outras cidades. Aleksander relata também que existe uma outra denúncia constitucional feita por um grupo de parlamentares, encabeçados pela Frente Ampla, de Tomás Hirsch, para responsabilizar o presidente no parlamento.

“O governo Piñera tem um discurso duplo. Ao mesmo tempo em que tenta jogar o ar democrático, anunciando acolher algumas demandas, a agenda social é mínima ainda, enquanto a repressiva é gigante”, explica o jornalista, que critica o pacote de medidas anunciado pelo presidente chileno, nesta quinta-feira (7), que prevê mais ações contra as manifestações.

“A disposição do governo para dialogar é baixa, ele finge ter um diálogo e está criminalizando a população como um todo, por meio desse aumento de verba dos militares, aumento do número de helicópteros e, agora, querem colocar uma lei que proíbe as pessoas de fazerem barricadas nas ruas. O que acontece é ilegítimo e ilegal, porque o estado de emergência não permite fazer metade das barbaridades que o Estado cometeu”, afirmou Gunther.

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