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São Paulo sedia em novembro principal evento internacional sobre saneamento básico


O Brasil do século 21, onde existem 108 celulares para cada 100 habitantes, convive com um Brasil ainda no século 19, onde 45 a cada 100 habitantes não têm solução adequada de esgotos. Foto: EBC

As organizações World Toilet Organization e Instituto Trata Brasil promovem em novembro em São Paulo (SP) a primeira edição latino-americana do World Toilet Summit, principal evento internacional sobre saneamento básico.

Com o título “World Toilet Summit – Saneamento Básico na América Latina: não deixar ninguém para trás”, a 19ª edição acontece entre os dias 17 e 19 de novembro no Hotel Renaissance, e tem apoio institucional da Rede Brasil do Pacto Global, além das secretarias de Relações Internacionais e de Turismo do estado de São Paulo.

O encontro tem como objetivo debater deficiências dos serviços de saneamento básico, desde banheiros até a falta de acesso à água tratada, coleta e tratamento de esgoto no mundo. Tal realidade também afeta os países latino-americanos, sobretudo o Brasil.

O evento já foi realizado em várias cidades do mundo, como Seul (Coreia do Sul), Taipei (Taiwan), Pequim (China), Filadélfia (Estados Unidos), Belfast (Irlanda do Norte),

Melbourne (Austrália) e Bombaim (Índia).

Cenário do saneamento básico e impactos

No Brasil, a situação do saneamento básico é crítica. São quase 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável, o equivalente à população do Canadá, e mais de 100 milhões sem acesso à coleta de esgoto – duas vezes a população da Espanha.

Apenas 46% do esgoto gerado no país é tratado, gerando poluição ininterrupta às águas, mas também gastos vultosos de saúde pública por conta de doenças. Enquanto a região Sudeste tem melhores indicadores, o Norte possui desafios imensos, o que mostra ainda a desigualdade pelo país.

No mundo, de acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), há mais de 1 bilhão de pessoas sem acesso sequer a um banheiro.

Dados coletados pelo Painel Saneamento Brasil, plataforma de dados do Instituto Trata Brasil, mostram que o Brasil ainda possui quase 4 milhões de habitantes sem banheiros e que essa desigualdade prejudica vários indicadores sociais brasileiros.

O painel mostrou ainda que as mulheres são as mais afetadas quando falta banheiro. Em 2017, mulheres que não possuíam banheiro em suas casas tinham uma renda mensal de 444,57 reais, enquanto os homens na mesma situação ganhavam 503,95 reais. Já o estudo “Mulheres & Saneamento” mostra que as trabalhadoras sem banheiro em casa ganham 73,2% menos que as mulheres que têm banheiro. Além da questão de gênero e renda, há ainda impactos na educação, entre outros.

Evento em São Paulo

A expectativa é de que o evento em São Paulo receberá, como em edições anteriores pelo mundo, autoridades de governos internacionais, especialistas, empresários, formadores de opinião e representantes de instituições de todos os continentes.

Entre os destaques da programação está o diretor-executivo do The CEO Water Mandate, plataforma que busca ampliar o envolvimento das empresas com o tema da sustentabilidade da água, Jason Morrison.

A programação contará com 12 painéis, tais como os desafios para atingimento das metas do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 6 (ODS 6, água e saneamento) na América Latina; o papel da colaboração internacional, a necessidade da despoluição de rios e oceanos; investimentos e fontes de financiamento; o papel da imprensa na cobertura da infraestrutura básica; o planejamento hídrico frente às mudanças climáticas, entre outros.

No encerramento, haverá celebração ao Dia Mundial do Banheiro, lembrado pela ONU em todo o mundo em 19 de novembro.

Até o momento, o World Toilet Summit Brasil tem patrocínio das empresas Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Unipar, Tigre, Braskem, Mexichem Amanco, Saint-Gobain, BRK, AEGEA, Saint-Gobain e Iguá Saneamento. Ainda há espaço para novas empresas.

Data: 17 a 19 de novembro 2019. Local: Hotel Renaissance – São Paulo.

Fonte: ONU

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