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Imigrantes são as principais vítimas de tráfico humano em Roraima


O número de imigrantes venezuelanos que chegam ao Estado, fugindo da crise econômica no país vizinho, também influenciou o tráfico humano em Roraima. No primeiro semestre de 2019, o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas, da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, registrou nove casos de tráfico, seis deles com vítimas transexuais venezuelanas.

As vítimas, conforme a coordenadora do Núcleo, Socorro Santos, foram identificadas a partir de informações de Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam em parceria a Procuradoria. “Esses seis casos chegaram até nós por meio de uma organização internacional da igreja Católica. Eles nos encaminharam porque essas moças transexuais precisavam de ajuda”.

Quando chegaram ao Núcleo, as vítimas foram acolhidas e passaram por escuta qualificada, por meio de um atendimento psicológico e foram encaminhadas à Casa da Mulher Brasileira. O órgão trabalha em parceria com a Rede de Enfrentamento, nela estão inclusas as Polícias Civil, realizando atendimentos no âmbito do Estadual e Federal, quando o crime passa a ser internacional e Rodoviária Federal, quando o crime acontece nas estradas.

Conforme a coordenadora, desde a implantação do Núcleo, em 2016, várias vítimas ainda recebem atendimentos. “Nós as deixamos livres para que elas se sintam à vontade e nos procurem. Desde que foi implantado, há três anos, até hoje, realizamos atendimentos às vítimas de tráfico humano”, enfatizou.

Socorro chama atenção ainda para que as pessoas fiquem em alerta com relação ao crime de tráfico humano. De acordo com ela, apesar de ser considerado um ‘crime invisível’, é uma realidade no Estado. “Elas (vítimas) são enganadas com falsas promessas de ficarem ricas e quando se dão conta, estão tendo os seus direitos violados”.

Educar para prevenir

Por meio do projeto Educar é Prevenir, o Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às vítimas de Tráfico de Pessoas, realiza nas escolas do Estado, palestras onde crianças, adolescentes e profissionais da educação são capacitados para aprenderem a identificar crimes de tráfico e realizarem a denúncia.

A coordenadora do Núcleo, conta que foi procurada por uma vítima que não se identificou e pediu que sua história virasse um documentário para alertar outros alunos. “Ela foi aliciada aqui no Estado e levada a outro país, lá ela sofreu no cativeiro, se prostituiu e chegou a vender drogas para poder viver. Ao saber do nosso projeto, ela pediu para que contássemos sua história como um alerta”, comentou.

Até hoje, o projeto já contemplou 29 escolas e orientou mais de quatro mil alunos. Em agosto, a próxima escola que receberá o projeto Educar é Prevenir, será a Profª Vitória Mota Cruz, localizada no bairro Paraviana.

Texto: Jéssica Sampaio

Foto: Alfredo Maia

SupCom ALE-RR

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