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Mídia mundial trata denúncia do Intercept como escândalo internacional


Foto: Reprodução

É um escândalo internacional. Os principais veículos de imprensa do mundo repercutiram com destaque, nesta segunda-feira (10), as revelações de The Intercept Brasil sobre a armação do então juiz Sergio Moro e dos procuradores da Lava Jato para incriminar Lula, levá-lo à prisão e impedi-lo de disputar a Presidência da República no ano passado.

As manchetes variam no tom, mas expressam a mesma perplexidade diante do “Brasilgate”, como definiu em manchete o jornal argentino Página 12 — numa alusão ao escândalo de Watergate, que acabou por derrubar o presidente norte-americano Richard Nixon, na década de 70.

Em um giro rápido pela internet, é possível constatar que o Lavagate foi destaque de Der Tagespiegel e Deutsche Welle (Alemanha), El País, La Vanguardia e El Mundo (Espanha), The Washington Post e The New York Times (EUA), Radio France Internationale e Le Monde (França), Diário de Notícias (Portugal), Al Jazeera (Qatar), Actualidad e Sputnik News (Rússia), Telesur (Venezuela), Página 12 (Argentina), La Jornada (México), La Diária(Uruguai) e Mercurio (Chile) — veja os links no final deste post.

Motivações políticas “Mensagens entre procuradores e o juiz Moro mostram motivações políticas na ação judicial contra Lula“, afirma La Diária, do Uruguai. “Procuradores anticorrupção não tinham provas contra Lula”, denuncia La Vanguardia, de Barcelona (Espanha).

Para o jornal de Barcelona, as conversas divulgadas por The Intercept Brasil“deixam pouco espaço para dúvidas de que a operação judicial encabeçada pelo então juiz Sergio Moro tinha objetivos políticos” e aponta uma “conspiração para impedir a volta do PT ao poder”.

O também espanhol El Mundo escancara: “Ministro da Justiça manobrou para prejudicar Lula quando era juiz”.

Sem provas nem convicção

A agência russa Actualidad, que publica em espanhol, chamou a atenção para o fato de que nem mesmo Deltan Dallagnol, chefe dos procuradores da Lava Jato, tinha convicções sobre a culpa de Lula.

Sobre ao atual ministro da Justiça de Bolsonaro, a Actualidad destaca que “em várias ocasiões Moro extrapolou suas funções, sugerindo ao procurador [Dallagnol] que mudasse a ordem de fases da Lava Jato e também dando conselhos estratégicos e pistas para a investigação e antecipando o conteúdo de ao menos uma de suas sentenças”.

Para Der Tagespiegel, da Alemanha Lula “foi deliberadamente colocado atrás das grades para não concorrer às eleições, de acordo com a reportagem” e lembra que Moro virou ministro da Justiça do principal beneficiário do processo, Jair Bolsonaro.

“Lula foi presidente do Brasil de 2003 a 2010. Durante esse período, o país experimentou um boom econômico. Ele sempre rejeitou as acusações de corrupção contra ele e as descreveu como politicamente motivadas”, ressaltou Der Tagesspiegel.

Manipulação Na França, pesos pesados da imprensa como Le Monde e a Radio France Internationale (RFI) também dedicaram amplo espaço ao Lavagate.

“Os responsáveis pela Lava Jato manipularam para impedir o retorno do ex-presidente Lula, relata The Intercept, baseado em vazamentos potencialmente explosivos”, afirma a RFI.

“E se o grande escândalo de corrupção da história do país [Brasil] tiver sido manipulado?”, questiona Le Monde.

O Diário de Notícias de Portugal ressaltou a avaliação de advogados e juízes, segundo os quais “o caso coloca em dúvida a imparcialidade de Moro, agora ministro da justiça do governo liderado por Jair Bolsonaro”. Uma das fontes citadas pelo jornal português é o ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Marco Aurélio Mello.

Veja as reportagens (nos idiomas originais):

La Vanguardia

Le Monde Rebondissement dans l’affaire qui éclabousse Lula au Brésil Brésil : selon « The Intercept », l’enquête anticorruption sur Lula visait à empêcher son retour au pouvoir

Argentina Página 12 BRASILGATE

Fonte: PT no Senado

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