Bastou Jair Bolsonaro (PSL) anunciar que chegaria à Argentina nesta quinta-feira (06) para o povo se mobilizar e mostrar seu repúdio à figura do atual presidente do Brasil. Desde a noite de ontem (5), iluminações em prédios públicos mostravam que ele não seria bem-vindo na Argentina. Na tarde desta quinta, o repúdio foi expresso em um grande ato realizado na Praça de Maio, um dos principais símbolos de resistência política da capital Buenos Aires.
O ato das 18h foi convocado por mais de 30 entidades, movimentos, ONGs e coletivos argentinos.
Bolsonaro, que já elogiou torturadores publicamente, não foi perdoado no país que passou por uma das ditaduras mais sangrentas da América Latina. Uma compilação de suas falas defendendo ditadores, torturadores e atacando a deputada do PT, Maria do Rosário, foi exibida e rechaçada no início do ato, que começou por volta das 18h. Em seguida, representantes de movimentos sociais e políticos se revezaram em pronunciamentos alegando que ele desrespeita a história e a memória do país.
Projeções em prédios também expressaram o repúdio do povo argentino contra Bolsonaro
Um sindicalista argentino lembrou ainda que a eleição de Bolsonaro é resultado de uma ruptura democrática que teve início com o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff e culminou na prisão política de Lula. “Se Luiz Inácio Lula da Silva não estivesse preso, seria presidente do Brasil”, afirmou o sindicalista que não se identificou antes de discursar.
Entre músicas e gritos de resistência, o povo vizinho também deixou claro a importância de lutar pela unidade da América Latina contra os governos ultraliberais e os retrocessos que eles representam. Nesse contexto, os manifestantes também criticaram o presidente da Argentina, Maurício Macri. O liberal elogiado por Bolsonaro afundou o país em uma crise econômica que já é definida por alguns especialistas como “a beira do abismo”.
Fonte: Agência PT de Notícias