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FAO pede fortalecimento de parcerias público-privadas para acabar com a fome


Metade das pessoas que passam fome na América Latina e no Caribe vivem na América do Sul. Foto: SMCS/Jaelson Lucas

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) pediu nesta quinta-feira (15) que países adotem medidas para atrair mais investimentos privados, a fim de superar o déficit de financiamento na promoção do desenvolvimento sustentável. Em participação na feira de cooperação internacional EXCO2019, realizada em Roma, a agência da ONU defendeu o fortalecimento de parcerias público-privadas para acabar com a fome.

Segundo o diretor-geral adjunto da FAO, responsável pela área de programas, Daniel Gustafson, as oportunidades de negócios no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à alimentação podem ter um valor de 2,3 bilhões de dólares para o setor privado até 2030.

“Os países devem atrair uma financiamento público e privado adicional, através de investimentos sustentáveis, para impulsionar o crescimento econômico como base para a redução da pobreza”, afirmou o especialista durante o evento na capital italiana.

Gustafson explicou que o cumprimento dos ODS exige mais recursos do que os que estão atualmente disponíveis. Contudo, de acordo com o dirigente, avançar rumo a sistemas alimentares mais sustentáveis — uma das metas da agenda da ONU — também pode trazer oportunidades de novos investimentos rentáveis.

Na visão da FAO, o incentivo ao investimento privado e às parcerias entre empresas e governos vai ao encontro do ODS 17, que pede alianças globais mais fortes entre Estados, sociedade civil, comunidade internacional e corporações.

“A grande quantidade de investimento em agricultura provém diretamente dos agricultores. Os agricultores, as suas decisões e capacidade de investimento devem ser centrais em qualquer estratégia voltada para expandir o investimento no setor”, disse Gustafson.

“Há mais de 570 milhões de propriedades agrícolas no mundo, das quais mais de 90% são administradas por um indivíduo ou uma família e dependem principalmente da mão de obra familiar. No entanto, a agricultura de pequena escala, especialmente em zonas de seca, é uma atividade de alto risco e baixo rendimento, que não atrai investimento privado facilmente.”

Gustafson assinalou ainda que a inovação é necessária em todas as etapas dos sistemas alimentares e que o investimento em inovação pode ter saldos muito positivos para a criação de empregos, quando considerada a cadeia de valor por completo, desde a produção até o consumidor final.

A FAO apoia a criação de ambientes propícios para fomentar os investimentos alinhados aos ODS, por meio dos Princípios para o investimento responsável em agricultura e nos sistemas alimentares. Essas diretrizes visam garantir que os recursos injetados na produção de comida beneficiem os direitos dos trabalhadores e a segurança alimentar.

Neste ano, a feira EXCO2019 tem o tema criação de empregos e inovação para o desenvolvimento sustentável. Vários especialistas da FAO participam do evento, que promoverá discussões sobre mudanças climáticas, biodiversidade, gestão sustentável da água, cooperação Sul-Sul e triangular, ideias inovadoras no agronegócio e combate ao desperdício de alimentos. A programação de debates segue até a próxima sexta-feira (17).

A FAO está coordenado a sua atuação na EXCO2019 com a colaboração do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

A FAO e o setor privado

Nos últimos oito anos, a FAO se associou a mais de 150 de atores do setor privado, sociedade civil, fundações e instituições acadêmicas e de pesquisa — o que levou a uma melhora substancial do trabalho da Organização na área e confirmou o seu expertise técnico.

Os parceiros da agência da ONU dão apoio financeiro e promovem o intercâmbio de informações, principalmente por meio do Escritório de Cooperação Sul-Sul e Triangular do organismo internacional.

Fonte: ONU

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