O deputado Jeferson Alves (PTB) anunciou em plenário, nesta terça-feira (23), que apresentará um requerimento pedindo uma audiência pública para que a Roraima Energia, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica em todo o Estado, explique o que está motivando falhas na prestação do serviço.
O parlamentar quer convocar o representante da Roraima Energia para esclarecer as constantes falhas no sistema elétrico. “Recebemos um péssimo serviço, pois é costumeiro todas as noites faltar energia em Boa Vista. A empresa tem que explicar o porquê desse racionamento, se é por falta de combustível, de manutenção ou se não tem condições gerar a quantidade necessária. Pagamos contas altíssimas para receber um serviço de péssima qualidade”, criticou, ao justificar a necessidade de uma audiência pública.
Segundo o parlamentar, as obras do Linhão de Tucuruí, para interligar Roraima ao sistema elétrico nacional devem demorar em torno de quatro anos para serem concluídas.
“Conforme os estudos, o presidente [Jair Bolsonaro] anunciou ontem [segunda-feira] que a partir do segundo semestre, em julho, as obras devem começar, mas não vai chegar rápido. E até lá, como vamos viver?”, questionou.
O deputado Marcelo Cabral (MDB) disse ser favorável à realização da audiência. “Se na cidade está faltando luz, imagine como está o interior. Temos que cobrar, porque pagamos caro, mas não temos a energia que precisamos”, afirmou.
O deputado Nilton Sindipol (Patri) acredita que a união dos deputados estaduais, federais e senadores é a chave da resolução da questão energética. “Faço um apelo a todos os parlamentares para sairmos do discurso, e irmos até o presidente da República exigir que o Linhão de Tucuruí inicie o quanto antes, porque essa obra é de grande porte e vai demorar para ser concluída”, sugeriu.
Serasa
O novo sistema de cobrança das contas em atraso adotado pela empresa frente aos serviços prestados foi criticado pelo deputado Gabriel Picanço (PRB). Segundo ele, a empresa não suspende mais a energia quando o usuário não paga conta, e sim leva o nome ao Serasa e ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
“É uma grande dificuldade que a população passa pela falta de energia confiável e pelas distorções de preços. E se eles usarem esse critério de cobrança, dentro de 40 dias 30% dos nomes das pessoas estarão no SPC e Serasa, porque o povo do interior, que vive nas vicinais, poucos têm R$ 200,00 por mês para pagar uma conta de energia”, ressaltou.
Na opinião dele, a distribuidora de energia precisa explicar como é composta a tarifa e qual percentual se utiliza. “Semana passada uma família que mora no interior me mostrou três contas de luz em atraso nos valores de 177, 188 e 205 reais. Ele tem três bicos de luz, então não vale esse valor. Está distorcido”, reforçou.
Fonte: SupCom ALE-RR - por Marilena Freitas/Foto: Alex Paiva