Da Rede Brasil Atual - O senador pelo estado de Vermont Bernie Sanders anunciou em entrevista concedida a uma rádio local, na manhã desta terça-feira (19), que vai disputar a indicação pelo Partido Democrata na corrida presidencial dos Estados Unidos em 2020. Aos 77 anos, o autodeclarado parlamentar socialista concorre pela segunda vez à vaga, após uma surpreendente e acirrada campanha em que foi derrotado por Hillary Clinton nas primárias de 2016.
"Estou concorrendo à presidência por dois motivos", disse, em entrevista à Rádio Pública de Vermont, afirmando que sua candidatura é para se opor ao republicano Donald Trump, e para viabilizar projetos defendidos por ele em sua última campanha, como o acesso universal à saúde e o salário mínimo de US$ 15 por hora.
Sanders, um dos principais nomes da oposição ao atual governo dos EUA, não poupou palavras ao se referir a Trump. "O atual ocupante da Casa Branca é motivo de embaraço para o nosso país", disse."Acho que ele é um mentiroso patológico... Também acho que é racista, sexista, homofóbico, xenófobo, alguém que está ganhando dividendos políticos baratos ao tentar apontar para as minorias, muitas vezes imigrantes sem documentos."
A atuação de Sanders em sua última campanha foi responsável por "empurrar" boa parte do Partido Democrata para a esquerda, criando a possibilidade de eleição de diversos parlamentares do mesmo campo no último pleito para o Congresso dos EUA e também postulantes à candidatura presidencial de perfil próximo ao do senador de Vermont. Entre eles, senadores como Cory Booker , Kamala Harris, Amy Klobuchar e Elizabeth Warren. Além deles, outro forte concorrente que ainda não decidiu se vai ou não concorrer é o ex-vice-presidente Joe Biden.
Ao contrário de 2016, Sanders agora não é um azarão, e conta com uma lista massiva de doadores individuais que possibilitaram a ele fazer uma campanha sem recorrer ao dinheiro de grandes financiadores. Outro legado das primárias daquele ano é uma forte presença do senador democrata nas redes sociais, articulada por milhares de voluntários.
Além de reforçar pontos da sua atuação política, como o combate à desigualdade de renda, a justiça racial e uma política externa progressista também farão parte do ideário de sua candidatura, conforme disseram seus conselheiros ao site Politico.
"Nossa campanha é sobre transformar nosso país e criar um governo baseado nos princípios de justiça econômica, social, racial e ambiental", escreveu o senador no e-mail de anúncio, assegurando ainda uma postura de enfrentamento aos interesses "de Wall Street, das companhias de seguros de saúde, das companhias farmacêuticas, da indústria de combustíveis fósseis, do complexo militar-industrial, da indústria privada prisional e das grandes corporações multinacionais que exercem uma enorme influência sobre nossas vidas”.
As primárias que vão definir o candidato democrata para as eleições do próximo ano terão início em fevereiro de 2020, em Iowa.
Com informações de Al Jazeera e Politico.