Os primeiros dias de um governo são muito importantes para que a população entenda quais serão suas urgências e suas intenções. Bolsonaro em 11 dias, além de recuar de suas decisões quase uma dezena de vezes, já deu sinais de que o povo não está entre suas prioridades.
Bolsonaro e seus aliados são obcecados pelo combate ideológico contra “comunismo e politicamente correto”, pela luta com o inimigo inexistente. A imprensa, outra inimiga dele, foi cerceada já em sua posse. Até seus apoiadores, que foram à Brasília no dia 1º de janeiro, relataram uma violência excessiva, inclusive com o uso de gás de pimenta.
Sobra discurso inflamado e falta proposta. Das medidas esperadas pela população, como segurança, saúde, combate à corrupção, desemprego Bolsonaro tomou um total de ZERO providências em 11 dias de mandato.
Bom, se você ainda tem alguma dúvida de que Bolsonaro não está nem aí para o povo aqui vão as primeiras medidas adotadas por ele e por seus bufos:
Meritocracia, menos para os amigos
Um dos discursos mais ditos — e pouco praticados — por Bolsonaro é o da meritocracia. A começar por ele mesmo, que vive há quase três décadas da política e até hoje só aprovou dois projetos no Congresso. Se Bolsonaro acreditasse na meritocracia ele sequer se candidataria ao cargo de Presidente da República. Em 11 dias de mandato, ele já deu sinais de que os seus amigos terão mais méritos do que o resto da população. Nesta terça-feira (8), Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice Hamilton Mourão, foi promovido ao cargo de assessor especial no Banco do Brasil. Nesta sexta-feira (11), o Carlos Victor Guerra Nagem, o Capitão Victor, ‘amigo particular’ de Bolsonaro, foi nomeado para a gerência executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras.
E o salário, ó!
É sempre bom lembrar que o salário mínimo, que estava programado para subir para R$ 1.006, inclusive com aprovação do Congresso, teve R$ 8 garfados e por determinação de Bolsonaro ficou em R$ 998. Os amigos do capitão, beneficiados pelas promoções profissionais, não estão preocupados com isso.
Não tem trabalho, nem ministério
O Brasil tem atualmente mais de 11 milhões de desempregados, sem contar as reformas trabalhistas recentes, que pioram ainda mais a vida do trabalhador. Pensando nisso, Bolsonaro foi lá e… acabou com o Ministério do Trabalho e deixou os funcionários reféns do patrão.
Não tem aposentadoria também, não!
Outra medida antipovo prioritária na gestão Bolsonaro é a reforma da Previdência. Divulgada por Paulo Guedes, vai fazer com que o trabalhador se aposente ainda mais tarde e é ainda mais agressiva ao povo do que as mudanças propostas por Michel Temer.
“Despetização”
Bolsonaro e seus comparsas têm verdadeira obsessão pelo PT e pelas realizações sociais feitas em 14 anos. A “despetização” foi uma das primeiras medidas adotadas pelo atual governo e uma caça às bruxas foi realizada em Brasília. Onyx Lorenzoni — uma espécie de mensageiro das medidas antipovo e ministro da Casa Civil que admitiu receber caixa 2 — exonerou 320 servidores da Casa Civil e parou o trabalho da Comissão de Ética Pública, que perdeu 16 dos 17 funcionários. Os profissionais foram renomeados, porque a ação foi tão mal feita que muitas funções não tinham como continuar a ser feitas.
Índio não é povo?
Em campanha, Bolsonaro gritou em palanque que “as minorias deveriam se curvar às maiorias”. Ele não só pensa, como está colocando isso em prática já nos seus primeiros dias de mandato. A comunidade indígena já era atacada por ele antes mesmo da presidência. Em uma ocasião ele afirmou que “Se eu assumir, índio não um centímetro quadrado mais pra terra indígena”. Bolsonaro proibiu a Funai (Fundação Nacional do Índio) de demarcar as áreas indígenas e entregou o serviço ao Ministério da Agricultura, que é comandado pelos ruralistas.
Direitos Humanos, menos para LGBTs?
A homofobia, marca registrada por Bolsonaro em toda a sua vida política, ganhou um novo capítulo em seu mandato. A primeira medida adotada por ele em relação à população LGBT foi retirá-los das diretrizes dos Direitos Humanos.
Usa a máquina em benefício próprio
Em janeiro de 2012, Bolsonaro foi multado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) por pesca ilegal numa estação ecológica em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. No dia 20 de dezembro de 2018, a instituição anulou a infração ambiental e a multa de R$ 10 mil.
Best friend do Maia
Há um mês, Eduardo Bolsonaro dizia que Rodrigo Maia não teria apoio do partido nem do clã Bolsonaro para a reeleição na Câmara dos Deputados. Bastaram dois dias de mandato para que a inimizade fosse desfeita. Sabe por onde anda o Maia? Do ladinho de Bolsonaro.
Arminha na mão…
Bolsonaro já sinalizou inúmeras vezes que pretende armar os “cidadãos de bem” ignorando completamente qualquer pesquisa ou estudo sobre o aumento de casos de feminicídios e violências domésticas. Ainda antes de assumir o cargo, ele já estava apontando sua mira para a posse de arma de fogo e nos bastidores tenta articular uma lei que, com pouquíssimo critério, armaria o povo.
… povo na cadeia
Bolsonaro, apoiado pelo ex-juiz Sérgio Moro, tem defendido a prisão de condenados em 2ª instância. A medida, além de evidenciar casos de perseguição jurídica históricos como o de Lula, apresenta uma elitização judicial. O povo, que já tem pouco acesso à Justiça, terá ainda menos condições de se defender legalmente. Tal proposta beneficia quem tem recursos financeiros para arcar com as despesas de um processo.
E passando fome
Comprovando a tese de que Bolsonaro está mais preocupado em destruir políticas públicas de seus adversários do que no bem estar do povo, ele esvaziou o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), órgão que orienta o combate à fome e o Bolsa Família.
O rei das privatizações
O governo entreguista de Bolsonaro já anunciou que vai privatizar geral. Ainda durante a campanha, ele falava em privatizar 100 estatais, e planeja uma secretaria só para entregar as estatais à iniciativa privada. Na lista estão Eletrobras, Petrobras e muitas outras.
Fonte: APT de Notícias