Da Rede Brasil Atual - Em sua última reunião de 2018, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mais uma vez não surpreendeu e, confirmando a expectativa generalizada, manteve em 6,50% ao ano a taxa básica de juros, a Selic, que fica nesse nível pela sétima reunião seguida. A decisão, unânime, foi anunciada no início da noite desta quarta-feira (12). A próxima reunião, já sob novo governo, ocorrerá em 5 e 6 de fevereiro.
Segundo comunicado do Copom, indicadores recente "continuam evidenciando recuperação gradual da economia brasileira", mas o cenário externo "permanece desafiador para economias emergentes".
Em nota, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que a decisão de manter a taxa inibe o investimento e a criação de empregos. "Somente com juros baixos teremos maior investimento no setor produtivo, a produção será impulsionada a um patamar mais elevado e, consequentemente, serão criados mais postos de trabalho formais, diminuindo a informalidade e fazendo com que o Brasil volte a caminhar, a passos largos, rumo ao seu desenvolvimento pleno."
Já para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a medida ficou dentro das expectativas. A entidade patronal avalia que a Selic se manterá nesse patamar nos próximos seis meses, "pois tudo indica que, diante da recuperação moderada da economia e do elevado desemprego, a inflação continuará abaixo da meta fixada pelo Banco Central". Na segunda metade de 2019, isso dependerá das reformas, especialmente a da Previdência, insiste a CNI.
Em termos reais, a taxa recuou na comparação com o início do ano, quando foi para 6,50% pela primeira vez. Em fevereiro, o IPCA acumulado em 12 meses era de 2,84%. No mês passado, somou 4,05%. Já existem apostas de que a Selic poderá permanecer nesse patamar por mais tempo, com a inflação mantida relativamente estável no próximo ano, ainda que pouco acima de 2018.
Segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), com o atual nível dos juros básicos a taxa média cobrada no mercado é de 275,24% para o cartão de crédito e de 282,97% para o cheque especial. No comércio, chega a 82,48%.