Em operação desde o ano passado, o sistema global de navegação por satélites chamado Galileo, montado pela Europa, tem como meta alcançar a liderança mundial de localização e orientação de objetos e pessoas.
O diferencial, em comparação ao GPS norte-americano, ao russo Glonass, e ao chinês Beidou, é que o sistema europeu é gratuito e mais minucioso e detalhista na localização de pontos geográficos.
A União Europeia está trabalhando com a Agência Espacial Brasileira (AEB) o fornecimento do sistema Galileo para pesquisas espaciais e rastreamento de pontos que necessitem de localização em todo o território brasileiro, especialmente na Amazônia e no Oceano Atlântico, segundo o chefe da Delegação da União Europeia no Brasil, embaixador João Gomes Cravinho.
“Com exceção do envio e o recebimento de informações sigilosas, que são resguardadas por um mecanismo de criptografia, os demais serviços do Galileo constituem um serviço público disponibilizado gratuitamente para toda a sociedade”, disse Cravinho. Segundo ele, além da comunicação criptografada, o Galileo já está disponibilizando para a polícia, corpos de bombeiros e outras corporações de segurança um serviço de busca e salvamento.
De acordo com o embaixador Cravinho, a qualidade do Galileo, no que se refere a detalhamentos geográficos, está comprovado pelos números. Enquanto o GPS demora de duas a quatro horas para localizar um objeto em um raio de 10 quilômetros, o Galileo leva apenas dez minutos para executar o mesmo trabalho em um raio de 2 quilômetros.
“Essa diferença de tempo é crucial pois, em muitos casos, a agilidade é decisiva para salvar uma pessoa em um barco à deriva no meio do oceano ou uma criança perdida em uma caverna ou no meio da floresta”, acrescentou o embaixador.
Ele citou uma outra vantagem do sistema europeu. “O Galileo tem um duplo sinal. Ou seja, enquanto os demais sistemas trabalham com um sinal, o Galileo tem o recurso de corrigir a localização, pois emite um segundo sinal, evitando qualquer possibilidade de erros de orientação e de localização”.
Cravinho disse que a disponibilização gratuita do Galileo é uma decisão política da União Europeia que, dessa forma, transferiu para seus cidadãos os custos de operação do sistema. Os custos são bancados por todos os países da União Europeia. Até o momento, já foram investidos US$ 8 bilhões para a implantação do Galileo. Até 2026, o Galileo exigirá investimentos adicionais de US$ 11 bilhões.
Com esses recursos, os países europeus colocaram 22 satélites a uma distância média de 22 mil quilômetros da terra. Em breve, haverá mais 8 satélites, totalizando 30. Com isso, conforme acrescentou, a Europa está se aparelhando com a melhor tecnologia para enfrentar os desafios do futuro, como por exemplo a implantação da Internet das Coisas, um serviço de automação residencial que terá como base um eficiente sistema de navegação.
O Galileo também será essencial para viabilizar o uso do carro sem motorista, uma tendência tecnológica do futuro.
Fonte: Agência Brasil/Foto – (Crédito: GNSS)