
Um apelo que levantou cerca de 2 bilhões de dólares para ajudar milhões de pessoas no Iêmen foi um “notável sucesso de solidariedade internacional” para uma população “cansada da guerra” no Iêmen. No entanto, a ajuda por si só não fornecerá uma solução para o conflito, disse nesta terça-feira (3) António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
Em 2017, o pior surto de cólera do mundo até hoje afetou 1 milhão de iemenitas, e a difteria está agora em alta no que já era um dos países mais pobres e vulneráveis da região antes do início dos combates. Os últimos dados da ONU indicam que um recorde de 22,2 milhões de pessoas – cerca de 75% da população – agora precisam de ajuda humanitária.
Um apelo que levantou cerca de 2 bilhões de dólares para ajudar milhões de pessoas no Iêmen foi um “notável sucesso de solidariedade internacional” para uma população “cansada da guerra” no Iêmen. No entanto, a ajuda por si só não fornecerá uma solução para o conflito, disse nesta terça-feira (3) António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
Falando a repórteres em Genebra depois de abrir uma conferência sobre o Iêmen, Guterres disse que “precisamos de um processo político sério para levar a uma solução política, porque nunca houve uma solução humanitária para qualquer crise humanitária”.
“A solução sempre foi política e, no Iêmen, o que precisamos é de uma solução política para que essas conferências de doações não se repitam no futuro.”
O secretário-geral insistiu que, embora os recursos humanitários sejam muito importantes, eles não são suficientes; o essencial, disse, é que eles alcançassem as pessoas necessitadas. “E, para isso, precisamos de acesso irrestrito ao Iêmen; precisamos de acesso irrestrito em todos os lugares dentro do país.”
Essa chamada também foi feita pelo chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock. “Queremos ver o aeroporto de Sana’a reabrir para voos comerciais, principalmente para casos humanitários”, destacou Lowcock.
O evento foi copresidido pelas Nações Unidas e pelos governos da Suécia e da Suíça. As promessas foram feitas por 40 Estados-membros e organizações, incluindo o Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF), para a ação humanitária no Iêmen em 2018.
As promessas internacionais de quase 2 bilhões de dólares representam quase o dobro do montante levantado em 2017 para financiar a ajuda humanitária no país da Península Arábica.
O Iêmen está em guerra há mais de três anos.
Há conflitos entre as forças de coalizão internacionais que apoiam o presidente Abdrabbuh Mansur Hadi, de um lado, e as milícias Houthi e unidades aliadas das forças armadas, do outro, que tomaram o controle da capital, Sana’a.
Agências de ajuda humanitária têm repetidamente alertado sobre o preço que isso tem causado aos não combatentes: deslocamento forçado e repetido de famílias, insegurança alimentar em massa e o colapso de serviços essenciais, incluindo saúde e educação.
Em 2017, o pior surto de cólera do mundo até hoje afetou 1 milhão de iemenitas, e a difteria está agora em alta no que já era um dos países mais pobres e vulneráveis da região antes do início dos combates.
Os últimos dados da ONU indicam que um recorde de 22,2 milhões de pessoas – cerca de 75% da população – agora precisam de ajuda humanitária. O chefe da ONU acrescentou que 8,4 milhões de pessoas não sabem como obterão sua próxima refeição.
Em resposta a uma pergunta sobre o progresso dos esforços pela paz liderados pela ONU, Guterres disse a repórteres que seu enviado especial para o Iêmen, Martin Griffiths, estava “muito encorajado” por suas recentes conversas com representantes das partes em conflito em Sana’a e Riade (Arábia Saudita).
O enviado especial também estaria indo para os Emirados Árabes Unidos, Omã e Áden (Iêmen) para rodadas de diálogos, acrescentou Guterres.
Isso trouxe “perspectivas positivas” para um diálogo iemenita inclusivo, disse o secretário-geral da ONU, acrescentando que a oportunidade para a paz deveria ser “aproveitada […] e não perdida”.
Fonte: ONU